sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Vaca fria dá à luz nado-morto

O Presidente não está mesmo bem do côco: com o siso oco, embalou na direcção errada. Desperdiçou o seu último cartucho ingloriamente, numa figura sem qualquer possibilidade de reunir o consenso social mínimo. Uma tomada de posse de enterro, sem uma palavra, sem ninguém. Um estado de graça que nunca começou. Um verdadeiro tiro no pé. Assinando o decreto da sua própria demissão não faria melhor: viola a constituição, legitima os seus actos «soberanos» com um «roteiro» exterior, chegando ao cúmulo de demagogia de pretender que o seu governo «inclusivo» (que o PAIGc aliás, já condenou) é «expressão e emanação da vontade popular». Jomav não sabe o que faz nem sabe o que diz. Já nada lhe parece poder aproveitar.

De golpe em golpe...

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A grande farra

Até há bem pouco tempo (exceptuando «assassinatos» pontuais de mentirosos e hipócritas como José Niza) a política portuguesa era tabu, neste blog. No entanto, o descaramento de Lacerda, ao insultar a inteligência dos guineenses, veio alterar as coisas.

O Observador está de parabéns, pela investigação de fundo à crise financeira nacional, especulada pelos medíocres e irresponsáveis «gestores» da banca. Apesar de, inevitavelmente, bastante longo, merece ser lido com toda a atenção este artigo.

Não se trata apenas da banca, mas da falência de um país, sob os olhares coniventes de uma classe política cega, anti-patriótica e corrupta, abusando da inércia e incúria de um povo manso e crédulo, para fazer vingar todo o género de chico-espertices.

Tive a felicidade de ter por Mestre a Leonardo Ferraz de Carvalho, com quem mantive pessoalmente (infelizmente morreu prematuramente, envenenado por esta gentalha!) muitas conversas sobre a realidade deste género de carapaus de corrida.

Não se fartava de avisar, no início dos anos 90 para os perigos da mentalidade de farra que se gerava. Pregava no deserto, como se viu. Apenas o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles comentava ou dava feedback, daquilo que publicava no Independente.

Vou contar uma história pessoal, pois julgo que a ocasião o merece. Na viragem do milénio, eu era quadro do INE empenhado numa renovação técnica e tecnológica do Instituto, através de um Gabinete de Estudos e de um Grupo de Trabalho inter-regional.

Tendo tomado o gosto à investigação de todas as áreas, decidi abordar a área financeira, que era uma área tradicionalmente reservada, pela sua sensibilidade política e por ser «apropriada» pelos pseudo-tecnocratas monetaristas do Banco de Portugal & afins.

O que despoletou a minha pesquisa, foi um certo escândalo que se gerara, perante a introdução do euro, ao descobrir que a dívida pública tinha triplicado, em pouco mais de década e meia, desde que a Banca nacionalizada em 1975 começara a ser reprivatizada.

Era a primeira campainha de alarme. As estatísticas regionais, ao permitirem publicar uma maior desagregação geográfica, colocavam a nu muitas verdades e manipulações. Em termos de informação financeira, a banca privada fornecia dados da dívida.

Ora se, grosso modo, o défice público triplicara entre 1985 e 2000, consegui reunir dados que mostravam que a dívida privada aumentara exponencialmente mais. Ou seja: até 1985, a dívida total era a dívida pública. Depois, à pública, era preciso somar a privada.

Cheguei pois à inevitável conclusão de que a banca preparava uma insustentável farra, com a cumplicidade europeia. Estavam a «descontar» já a capacidade de financiamento que uma moeda forte haveria de proporcionar. Uma «aposta» especulativa no Euro.

Se havia uma certa polémica, com as pessoas escandalizadas, face ao discurso «futurista» do Euro e da União Europeia, qual a razão desse triplicar da dívida? Num país habituado às poupanças, à estabilidade monetária do ouro de Salazar...

Os alemães inundavam a banca portuguesa de dinheiro. E do oito passou-se ao oitenta. De um país de poupanças, passou-se, numa geração, a um país crivado de dívidas. Um país rico de gente pobre que se tornou num país pobre de gente «rica».

Os dados permitiam mostrar que a dívida privada era já, por essa altura, cerca de sete vezes a dívida pública, e ninguém parecia prestar qualquer atenção aos dados de base, todos encantados com o canto da sereia, ou melhor da senhora Alemanha euro.

Se a dívida privada era sete vezes a pública, a dívida total não triplicara, multiplicara por 21! (7x3) Claro que me pareceu algo de assustador, mas que deveria ser publicado. Comecei a trabalhar na parte gráfica, produzindo tabelas e gráficos adequados.

Entretanto, para além de outros dissabores, sou chamado à Direcção, pelo Vice, Engenheiro Chambel, eminência parda do sistema, para uma reunião. Dá-me conta que tomara conhecimento do trabalho em curso, que já encaminhara para quem de Direito.

Fiquei muito surpreendido, por saber de um interesse tão actual da Direcção no trabalho desenvolvido, até que, depois de uma conversa descontraída e de «alto nível» de inteligência da situação, me atira com: «tem a noção do que é a confiança sistémica»?

Claro que fiquei logo esclarecido do que me esperava. Tratava-se de esquecer o trabalho e, sobretudo, nem pensar em «transpirar» para fora. Sendo do quadro, estava abrangido pelo «sigilo estatístico». Contestei. Também tinha (supostamente) «autonomia técnica».

Acabariam rapidamente por me colocar na prateleira. Recusei ficar sem funções e revoltei-me contra todas as imposições que considerava ilegítimas. Fui eu próprio a bater com a porta. Os dados eram semi-públicos. Poderia ter publicado o trabalho.

Mas para quê? Farto de ter partilhado o estigma de «profeta da desgraça» lançado sobre Leonardo Ferraz de Carvalho com os seus prudentes avisos, sabia que rapidamente seria desacreditado, e até me tentariam humilhar «pseudo-tecnicamente».

Ou simplesmente ignorariam, já inebriados com os odores da farra em preparação. Não. Não me armaria em «desmancha-prazeres». O tempo confirmou todos os receios, mostrando que o não questionamento nos conduz como ovelhas ao matadouro.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A fala do umbigo

Domingos Simões Pereira incita subrepticiamente à violência, não restando dúvidas de que é uma ameaça à segurança nacional. Deveriam ser tomadas providências, apesar do vazio governativo, para inibir o senhor de atentar contra a paz interior, arrecadando-o atrás das grades. O PAIGc está a um passo da extinção.

Como é possível ignorar a este ponto o 7 de Junho? Então «a Guiné-Bissau vive a mais profunda crise política e institucional jamais registada desde a implantação da democracia multipartidária»? Passe a vaidade de a ter produzido... Sendo sua, torna-se numa obra-prima, claro! É subestimar aqueles, igualmente maus, que o antecederam! Então e Nino, não teve profundas crises institucionais? E Cadogo, não as teve também?

Dois coelhos de uma cajadada: minimiza 1998 e banaliza a ameaça da violência que quer sugerir nas entrelinhas. Não satisfeito com essa barbaridade, ainda tem tempo para assumir publicamente aquilo que os mais atentos já tinham percebido, a manipulação da franja manifestante que apelida por «Sociedade Civil».

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Funcionários desmarcam-se dos deputados

Defendendo que «os deputados não constituem o total dos funcionários da ANP», estes ameaçam com paralisação. Mas como pode algo que já está paralisado, paralisar? Para alisar o busílis, talvez fosse melhor uma manifestação, contra o instigador da situação em que se encontram, ao paralisar a instituição e o país.

Apito colorido

Há que felicitar o «Movimento» pela sonora ideia de distribuir apitos coloridos para assinalar os beneficiários da folha de pagamento da «Manifestação». Tal como no dia 5, as mulheres contam-se pelos dedos de uma mão. Subiu o assobio (se ainda tiverem folgo para isso), vaiando o falhanço.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Desafio das diferenças

Se encontrar mais de uma dúzia de pessoas diferentes, entre as duas fotos, temos um suborno à sua espera.


Depois do fiasco da manifestação, da desacreditação da organização, o comanditário insiste na fuga para a frente, renovando o desafio e escalando no discurso, agora com a novidade de se dirigir expressamente às forças da ordem em termos ofensivos, decretando ainda  para Sexta-Feira de manhã o «recolher obrigatório», com restrição de trânsito e imposição de fecho de portas a escolas e comerciantes. Lamentavelmente, o evento não passará de mais um nado-morto, a juntar ao outro flop. Uma prova de força, nesta altura? É não ter a mínima noção da realidade e da «representatividade», que decerto terá o mesmo inapelável castigo.

Luís Nancassa desautorizado e acusado de suborno para aderir à manifestação

Luís Nancassa, que preside aos destinos do Sinaprof, Sindicado dos Professores, e envolveu a sua organização na malograda manifestação de Sábado contra Jomav, foi desautorizado pelos seus correlegionários, acusando-o de suborno (esqueceram-se de colocar o dedo na ferida e desmascararem por quem!). O Sindicato não participará em mais manifestações, concentrando-se na sua vocação, a defesa dos interesses de classe dos professores, e nas formas tradicionais de luta, as greves.

É o fim da macacada e a pública prova, se é que ainda era necessária, do envolvimento encoberto de DSP no domínio da «acção cívica», esgotado o seu contributo partidário. Gato escondido com o rabo de fora.

PRS 2 - PAIGcv 1

Sou o triângulo que caio redondo nos ângulos do quadrado.

O PAIGcv só aceita Olivais; o PRS os outros dois. É o triângulo das Bermudas: o consenso engoliu os candidatos e terá de ser resolvida a quadratura do círculo.

Faz lembrar uma expressão um pouco tenebrosa de C.V.:

«Amo insensatamente os ácidos,
os gumes
e os ângulos agudos».

A barganha da vergonha

O PAIGc diz que se Jomav não escolher Olivais, estará a desrespeitar Conacri? E que dizer do PAIGc, ao pretender condicionar o Presidente, insistindo num nome que não propuseram em Conacri, violando todo o espírito do mesmo? Porque manda DSP recados por um vice-Presidente do Partido, sabendo que há um outro por reintegrar, ao abrigo do mesmo acordo?

O PAIGc já deu provas mais do que suficientes, aliás concludentes, que não tem alternativa para oferecer. Não sendo já possível ao Presidente recuperar o acordo, perante o beco sem saída no qual o bloqueio de DSP o quer encurralar, resta-lhe digno retorno à constituição, convidando o PRS a formar governo, fundamentando a sua decisão na incompetência manifesta.

Já BASTA de beneficiar o infractor!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Quando os outros decidirem ser nós vai pegar fogo

Obrigado manos Ikopongo. Concerto revú proibido ontem e transmitido hoje pela internet, à mesma hora.
Algumas frases soltas [entre 25' e 30'] para consumo interno e exportação.


Que porra de país sem perspectivas! O que estamos a fazer com uma constituição atípica? Constituição? Não serve para nada! A constituição é uma merda. É um livro, que é para queimar, rasgar. Queima essa brincadeira! Se vocês perderem o pão e não derem a cara? Vivemos na corda bamba, sustentando a farsa. E se o mambo ruir? É a vossa acção que nos ampara. Agora pára, pensa um pouco, o coração dispara [diz pára!]. Que vais fazer, virar a cara? Virar a cara é tradição aqui na banda...

Voltar à estaca zero

Em qualquer processo de orientação, caso se ande muito à nora, há sempre essa possibilidade radical, aliás a última novidade em drones: a função back to base. O Presidente parece anunciar o enterro dos acordos de Conacri e o arranque de um novo processo participado de nomeação para a chefia do Governo de sua confiança, descartando os 3 nomes em carteira e relançando o debate, ao reconvocar as «forças vivas da nação».

Lês-me o lema do Lesmes?

Três tristes tigres. Três tristes tigres. Três tristes tigres...

O rato ruiu a rolha da garrafa do palácio do rei da prússia

Enfim, a formação é importante, mas quando a cagança começa a ruir, pode roer toda a estrutura. Acultura Sul...

sábado, 5 de novembro de 2016

O indesejado

A arrogância do pretendente deu lugar à angústia do preterido. DSP queixa-se de um pacto contra si? Será que vale a pena continuar a armar-se em vítima, quando o povo mostrou estar já farto das suas desventuras, boicotando as suas DeSesPeradas inventonas? «Já sabíamos que o PAIGC fabricava satélites em série, para fins partidários, tentando cobrir todo o espectro político a seu favor (o último parece ser a APU, expressamente dedicado a esvaziar o PRS). O que ainda não sabíamos, até ontem, é que também inventavam «Movimentos de inconformados»... Foi o próprio quem fez com Cassamá um pacto contra o povo e contra a soberania nacional, para impedir o funcionamento da ANP e bloquear o país. Não queira virar o bico ao prego; é tempo de parar e analisar com serenidade os «resultados» obtidos.

Vergonha nacional


"Líderes" ( aparentemente) de um país soberano alinhados tipo meninos de escola que se portaram mal!!!! O pior disto tudo é que eles mesmos não vêm isso. 

Francisco José Gomes Fernandes

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Nhamadjo desafia DSP

Serifo Nhamadjo, mesmo reconhecendo a eventual boa fé de Jomav, no intuito de conseguir uma rápida mudança de atitudes em relação aos dinheiros públicos, critica-o por ter colocado o carro à frente dos bois. Detentor de uma legitimidade «democrática», ou seja sistémica, (que o próprio Serifo não tinha), acusa Jomav de cuspir no prato que lhe deu de comer, reclamando outra ordem de legitimidade: não possuindo qualquer currículo em termos de legitimidade «revolucionária», restar-lhe-ia o carisma pessoal, mas não se pode afiançar que o tenha conseguido.

Qualquer leitura apressada poderá cair em erros de interpretação, facilitados pelo bombástico (se bem que parcial) título. Serifo não está a dizer para «devolver o poder a DSP». Está a dizer precisamente o contrário. Devolver os 15 ao PAIGC é, como os próprios já trataram de esclarecer, pedir a demissão de Domingos, promover para a direcção alguém (como Serifo, por exemplo) com competências relacionais à altura do desafio da sobrevivência do Partido, face ao cansaço e insatisfação cada vez maior da população em relação à classe política por este moldada.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Caçar & cassar

Rima mais é com Cassamá, que é preciso caçar e cassar das suas funções. Quando o povo despertar, não será a mando dos manipuladores do costume. E cuidado, pois é muito provável que não se contente com um, senão com todos a arder na mesma fogueira, os principais actores e autores. Quem tem rabo de palha, não brinca com fósforos. Não vá o feitiço virar-se contra o feiticeiro!