quinta-feira, 17 de maio de 2012

Crispação facial

Mais do mesmo, pelo mesmo mono. Pela enésima vez, Paulo Portas bateu na mesma tecla, ao receber o ex-Primeiro Ministro da Guiné-Bissau, esta manhã, em Lisboa. Retorno incondicional ao estatuto de Estado anterior a 12 de Abril. Está-se a tornar repetitivo, homem. Chato mesmo. Há um mais de um mês que «exige» sempre a mesma coisa, e cada vez mais a vê-la por um canudo. E não se cansa? E não acrescenta nada de novo? Nadinha mesmo? Népia? Bom, enfim. Mas porque prejudica ainda mais a sua arruinada carreira fazendo caretas? Qualquer pessoa, mesmo que não saiba português, topa logo como anda ressabiado só de lhe olhar para esses trejeitos. Sorria para a foto: olhó passarinho! Tão congestionado, parece que engoliu um sapo... Ou está com qualquer coisa atravessada? Necessidades?

Certos analistas internacionais começam a desconfiar dos reais interesses de Paulo Portas nesta questão. Para nos cingirmos a uma fonte utilizemos Radio France Internationale:

«Reste à comprendre pourquoi l'Angola et le Portugal tiennent autant à jouer un rôle en Guinée-Bissau. Certains évoquent des intérêts économiques et notamment des accords secrets passés avec l'ancien Premier ministre à propos de l'exploitation pétrolière.»
http://www.rfi.fr/afrique/20120509-guinee-bissau-grandes-manoeuvres-diplomatiques-poursuivent

Quanto à força anunciadamente a enviar pela CEDEAO, constituída quase exclusivamente por soldados nigerianos, reconhece-se o parecer negativo da imensa maioria das pessoas em Bissau:

«À Bissau, l’arrivée de la force de CEDEAO est sur toutes les langues, dans les lieux de travail, dans les quartiers et les coins de rue: Les gens pensent que cette force ne résoudra pas le problème : "En termes de stabilité, je pense que cette force ne saura pas résoudre le problème. Ce sera pire ! La Missang était ici, cela n’a rien changé. Au contraire, elle crée une crise, une polémique. Je crois que ce sera la même chose avec cette force".»
http://www.rfi.fr/afrique/20120516-guinee-bissau-cedeao-missang-abidjan

Sim, para que serviria essa força? Supostamente para proteger as instituições, fazer a protecção a VIPs & last but not the least, «substituir a MISSANG».

A MISSANG precisa de sair apenas, não de ser substituída. Angola está a começar a cansar todos os diplomatas que lidam com a questão: o burkinabê Kadré Ouédraogo mostrou-se agastado com o antagonismo de Angola e da CPLP relativamente à boa vontade da CEDEAO, sugerindo mesmo à VoA que se trata de clara ingratidão: depois de acumularem erros e hipocrisias em torno da «democracia», omitindo o verdadeiro problema, que surgiu quando a «CEDEAO ficou a saber da extrema tensão existente entre as tropas da Guiné-Bissau e as forças angolanas presentes no seu território», tendo-se prontificado a «ajudar a evacuar» essa força. 

Quanto à protecção das instituições e VIPs, não será necessário, pois o Comando Militar já deu provas da sua capacidade para a manutenção da ordem interna (a menos que estejam a pensar como Portugal e Angola, em instituições «democráticas» do passado, nesse caso o melhor seria irem directamente para Lisboa).

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