segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Retroalimentação

Maria Garrido, que lidera as brigadas da Direcção do Comércio, afirma que «a valorização do dólar não deve ser transferida para os preços [actuais] das mercadorias importadas no ano passado». Ora qualquer comerciante sabe que, se não quiser ir à falência, em tempos de inflacção, ao custo actual de reposição deve acrescentar um prémio de risco em tempos de incerteza, para além de um factor de correcção monetária com frequência adaptada ao ritmo da desvalorização da moeda.

A inflacção é uma pescadinha de rabo na boca, que se retroalimenta, uma bola de neve que, sem muro que a ampare (taxa de câmbio) nem dinheiro para cobrir o défice, vai continuamente continuar a engrossar. E não vale a pena apontar os comerciantes como bodes expiatórios... estes adoptam um comportamento economicamente racional, ao contrário das anti-económicas declarações da responsável governamental, que apenas denotam uma demagogia cada vez mais despudorada e inconsistente.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Reciclagem

António Ramos, crucificado como Administrador do Banco Nacional de Angola, chamado a pronunciar-se sobre questões vitais de tesouraria (face à presente instabilidade, os operadores económicos tenderão a exigir um prémio de risco crescente, para além da sua estimativa de antecipação da inflacção) faz declarações ridiculamente inócuas como «para que a moeda continue a preservar a sua missão de meio de troca e de reserva de valor». Por falar em «Tesouraria», esqueceu-se de referir a rentabilidade da poupança interna, ou seja quanto «ganhou» quem investiu recentemente em Títulos do Tesouro. Cravado ao lenho, apenas pode assegurar que o BNA irá reciclando as notas, retirando as de valor mais baixo, antes que desçam abaixo do valor do papel higiénico. Em termos de moeda metálica, esta desaparecerá rapidamente, não só pela insignificância nominal como pela sua retirada para fundição dos metais.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

DáLá o computador!

Depois de algum idiota em excesso de zelo (são os riscos inerentes ao sistema) ter impedido MCK de apanhar o avião para o Brasil, baixaram ordens superiores para se indemnizar o produto de exportação. Efectivamente, o liberalismo da filha primogénita, não se coadunava com esse atentado ao dinheiro.

Face a esse precedente, o mesmo canal, desafiando as hienas, deveria ser usado, não apenas para restituir os meios (o dinheiro deverá ser devolvido ao câmbio do dólar ante à taxa oficial, ou então ao câmbio informal de antes de 20 de Junho), mas para indemnizar a vítima de tal confisco abusivamente intrusivo.

O Professor universitário Nuno Dala, em cárcere privado, tomou uma atitude de revolta consciente, depois de a Justiça ter violado todos os prazos e a sua pretensa prisão ser uma óbvia ilegalidade. Desafia assim, com toda a razão, a farsa montada pelo regime sob a designação de julgamento. Extorsão institucional?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

DSP hostiliza CEDEAO

Os guineenses deverão resolver os seus próprios dilemas...

As inevitáveis conclusões, depois de passar por Bissau, foram retiradas por Obasanjo, e o maior contingente da ECOMIB prepara-se aparentemente para reembarcar, para evitar ser armadilhado no confuso e rocambolesco cenário guineense.

Ninguém reconhece já o «Governo» fantoche de Carlos Correia. E o artista das marionetes está a atrair a irritação (senão a fúria) de toda a gente, tal como Hugo Chavez, a quem o Rei de Espanha Juan Carlos atirou com o célebre «Porque no te callas?»

Curiosamente, o abandono da segurança pessoal a DSP pela ECOMIB (incompreensível, aliás, dado tratar-se de um simples cidadão), coincide com «tentativas de deslocação ao exterior» de alguns dos mais proeminentes membros desse Governo?

Ao Presidente da República resta optar (urgentemente) por ser parte da solução; ou parte do problema.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Faz de conta

Correia de transmissão dos vícios históricos do PAIGC, kota Carlos continua a fazer de conta que é Governo. Segundo notícia da muito oficial ANG:

«O chefe do executivo disse que o Programa de Governo aprovado no passado dia 18 de janeiro, pelo parlamento...»

É preciso descaramento. Se, nesse dia, de manhã, apenas vimos o ex-Primeiro-Ministro indigitado a fugir do Parlamento sem qualquer votação; à tarde assistiu-se à aprovação de uma moção de censura a esse governo e sua consequente queda.

O lançamento de um prospecto de uma ONG estrangeira com honras de Estado? Já o promissor projecto internet da Secretaria de Estado do Turismo, não parece ter continuação.

Carlos Correia ensina aos novos militantes como usar a mentira e a hipocrisia...

Apenas se esqueceu que já não estamos em 1975. As capacidades tecnológicas evoluíram, a propaganda rádio segundo o velho cânone Goebbels (1 mentira repetida 1000 vezes transforma-se em verdade) já não pega e os guineenses (muito mais evoluídos que a sua classe política) estão cansados e à beira de um esgotamento.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

ANG desinforma

Que a ANG tenha um protocolo de intercâmbio com a LUSA e autorização para fazer chapa-chapa, tudo bem. Agora que desinforme, adulterando o conteúdo informativo e contaminando a responsabilidade da notícia original, numa evidente manobra de manipulação política, já é passível de denúncia, ou mesmo de procedimento criminal.


Depois de passar 48h a ruminar a notícia, a pseudo-Agência fez um rearranjo dos parágrafos, de forma a que parecesse que a LUSA estava a assumir o facto consumado, enviesando fatalmente a leitura, prostituindo a imparcialidade que deveria assumir. Os jornalistas de ambas as Agência deveriam denunciar esta actuação em defesa do seu bom nome.

Repare-se que o ante-ante-penúltimo parágrafo original virou o último. O segundo e terceiro parágrafos originais cairam de paraquedas para o antepenúltimo lugar e penúltimo lugar, etc, numa inteiramente nova génese de sentido. Domingos Simões Pereira continua a fazer o seu Carnaval de pequeno golpista, banalizando atentados ao bom senso e à inteligência das pessoas.

Até quando?

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Titularidade

À imagem de Cipriano Cassamá, Paulo Sanhá está a abusar da Presidência (neste caso, do Supremo Tribunal de Justiça), para tentar valorizar o seu papel político na praça. No entanto, à semelhança da ANP, não tem qualquer poder pessoal de decisão, o qual emana exclusivamente do Plenário da instituição.

Só se for assessor

«Assessoria de Imprensa do Gabinete» agora faz comunicado político? Em nome do Presidente? por sua vez em nome da ANP! «Assim sendo, a posição assumida pela ANP...» Cada salto maior que cada perna.

Cipriano, segundo lhe convém, ora está doente ora está são, numa hora faz-se substituir logo noutra não, e actua tanto em nome pessoal como com máscara (pseudo-profissional transgénero: «a Assessoria de Imprensa do Gabinete do Presidente da ANP está convicto...»).

Como é Carnaval, nada parece mal.

Status Quo ex-ante

Dizer que o PAIGC está num beco sem saída é pouco. Num beco, ainda se pode voltar para trás. Ora, nem isso o PAIGC pode sequer fazer já.

Quando o diálogo desenhava uma possibilidade de reconciliação, com um retorno ao «status quo ex-ante», os seus dirigentes Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá, altamente desgastados pelos últimos acontecimentos, recusaram-se a abandonar a sua atitude autista e descontextualizada, o que vem apenas confirmar a sua má-fé aquando do Golpe de Estado palaciano intentado por via da Comissão Permanente.

Perante esta suprema arrogância, o árbitro deverá marcar falta de comparência e declarar a vitória de quem está no campo. Quem está, está.

Quem não está, estivesse. E siga o processo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Domingos nega

Com as devidas reservas, devido ao carácter inapropriado do canal utilizado, chama-se a atenção para o penúltimo parágrafo da carta «aberta» de DSP a Jomav:

«o PAIGC é da opinião de que o formato escolhido para a promoção do diálogo deve merecer reformatação e acontecer entre instituições da República devidamente competentes e legitimadas para o efeito, o que, a não se observar, o coloca numa situação de desconforto, e incapacitado de manter a sua presença.»

DSP nega-se a estar presente na continuação da reunião de conciliação marcada para Sexta-Feira, rompendo as negociações, pretendendo dar a entender que o faz numa posição de força.

Falácia de demitido

Segundo notícia da ANG, o ex-Vice-Presidente da ANP, que parece representar o ex-Presidente para as tarefas menores e mais desagradáveis, voltou a argumentar com a «inexistência» de deputados independentes. O PAIGC, numa das suas habilidades de engenharia eleitoral e constitucional, eliminou o antigo artigo 18.º, que se referia a deputados independentes. No entanto, mantém-se em aberto essa possibilidade, sob uma designação muito semelhante, ao referir-se o regimento a deputados «que não pertençam a nenhuma bancada parlamentar», que é exactamente a mesma coisa, dita por outras palavras. A não publicação de uma versão oficial séria na página da ANP fomenta todo o género de especulações, mas, mesmo admitindo o argumento do litigante, e caso a Lei fosse omissa, isso não quereria dizer que é proibido. Se não é proibido, é permitido, pois não há nenhuma Lei que os proíba expressamente. É impossível manipular um vazio legal para que possa servir de argumentação a favor de um acto ilegal.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Para bom entendedor

A Guiné-Bissau evoluiu muito e não quer mais ditadores, nem a mentalidade atrofiada que representam.

Cabral deixou-se matar, porque se recusava a andar com segurança. Já DSP, na sua esquizofrenia de se julgar insubstituível e paranóia de ser perseguido, arranjou carros blindados (como se isso lhe servisse de alguma coisa, com tantos operadores formados em RPG7, mas enfim...); mas pior, segundo parece, contratou João Monteiro, numa dificilmente compreensível provocação ao bom senso.

O referido Coronel, esse, continua a não conseguir que os seus empregados aguentem sem fugir (e parece uma má aposta, no campo da segurança pessoal, atendendo ao sucedido ao seu anterior protegido e à quantidade de chumbo que transporta no corpo)... Já quanto ao contratante, ao brincar com o fogo, arrisca queimar-se e deveria prestar atenção aos sérios avisos cujo teor lhe parece dirigido.

Quanto ao homónimo de Nino Vieira, deveria depositar o seu dinheiro num banco, local mais vocacionado para guardar quantias elevadas como aquela que consta que estava no cofre supostamente roubado. Evitaria assim ter de pagar a tantos seguranças, já que o risco pessoal que corre, como (antigo) Secretário de Estado, não parece, de forma alguma, justificar tais precauções.