sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Carlos Filipe manifesta-se

Não há nada como formular. Só CTR C + CTR V farta. Uma ou outra vez que o fez foi só para contrariar.

Formalizar pretensões. (pré ou pós)... Clarificar. Já agora. Também há jovens no interior. Cheios de ... e de boa vontade.

Bem vindo, Carlos (não gosto de Filipes)

PS E nem parece bem, acreditar em «salvadores». Isso é do outro lado...

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Emoção e contenção

Recebi vários emails estranhando a não publicação (alguns chegaram a sugerir «aproveitamento político») de notícias relacionadas com o funeral de Ganga.


Obrigado, Rafael e Samuel (na rede guineense).

Se não o fiz antes, não o vou fazer depois, não quero deixar a raiva tomar conta das minhas emoções. Apenas chorei, compulsivamente...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Timor na vanguarda da CPLP

Ironia reveladora: a brincar, a brincar, o Luso Monitor refere que «Timor-Leste encontrou a sua causa: a Guiné-Bissau»!

Porque razão Timor não pode ter «uma causa»? Tal como referido, Timor, já tendo sido «causa», tem toda a legitimidade para o efeito.

E não se confundam: se querem «monitorizar» a lusofonia, abram o espírito às novas realidades, não se deixem fossilizar em preconceitos.

Carnaval de fardas

O hábito não faz o monge.

Para assinalar uma notável redundância em torno de Daba, na rede guineense de informações. Quase todos publicaram a prisão dos farsantes que prejudicavam a imagem das Forças Armadas.

Talvez devessem ser «afagados» para confessarem qual o objectivo que tinham nessa noite: porque andavam a circular? A soldo de quem? As notícias são confusas... Mas isso não será um sinal?

De qualquer forma, Daba aproveitou para manifestar algum desconforto com a posição do SGONU, quanto ao reforço da ECOMIB. Com que fundamento? Com que objectivo?

P.S.

A. da Silva (não confundir com o insuspeito editor do DC) sugere que é tudo treta. No entanto, como descobriu essa insofismável verdade? Só porque, por baixo das fardas, usavam gravata?

Disseram à RTP África? Nunca? Ainda bem. Então, a acção preventiva da tropa, foi realmente eficaz! Não chegaram a conseguir praticar nenhum crime... Mesmo assim, isso não cola.

Para além de ter ido às tabancas, o Daba também os ajudou a vestir as «máscaras» (contra a vontade dos próprios) e, claro, obrigou-os, contrariados, a entrar para o BMW último grito.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Muco

«Personalidades»? Lista? Nomes?

«Plano de curto prazo»? Ver para crer.

«Identificar e propor ao Governo»? Qual governo?

«Devem orientar a agenda política»? Devem? Orientar? Belo ditado...

«Plano de urgência»? Despachem-se!

«Até ao fim do ano»? Corram!

«Preparar mesa redonda de doadores»? Boa! Eu doo um euro. Mas só se a mesa for quadrada.

Ver notícia.

Metodologia obscura

Timor lidera o ranking da competitividade fiscal.

Portugal atrás de Cabo Verde e Angola atrás da Guiné-Bissau.

Os indicadores escolhidos, foram-no em função dos países «desenvolvidos»... são pouco relevantes e a metodologia obscura, não sendo levado em consideração um factor importante: a informalidade (atenção às traduções livres: não estou a querer sugerir «corrupção»).

De tenções está o inferno cheio

Jesus estava muito mais à frente na Lei: se o prevaricador tenciona praticar o crime, já é culpado, nem precisa de o executar!

Basta desejar a mulher do próximo para cometer adultério (se calhar foi assim que o pai Zé...)

De tenção adiato nô és krime! (tradução livre)

Cópia do Original.

Nova entrada

Apenas para realçar mais uma entrada para a rede guineense de informações. Acessoriamente, pode servir para desmentir uma certa percepção de «parcialidade» a «qualquer custo» deste blog (7ze).

Um prémio para um português recentemente envolvido nestas andanças. Carlos Filipe tem vindo a fazer um trabalho de recolha de informações, tentando penetrar os mistérios da realidade guineense.

(«mais estranha que a ficção», segundo as suas próprias palavras)

Parece-me que bebeu um «shot» de água do Geba, quando por lá passou ao serviço do exército português (e isto não é uma crítica). Se me engano, espero um desmentido, pois sei que está atento.

Eis uma prova «viva» de como, graças ao «amor», se ganha legitimidade para intervir. Já agora, se me permite uma observação, as «traduções livres» prejudicam-no. Deixe-se de automatismos e releia-se, quando copia a «pasta». Não basta parecê-lo. Mesmo não o sendo, tem de merecê-lo. Empenhe-se: dê um jeito à tradução, acrescente valor, julgo que é capaz. E cite a fonte. É um protocolo da rede.

P.S. A consultoria vem de Hong Kong. Será que os 4,3 biliões de dólares a que se referem não são americanos? Mesmo que sejam HK$, parece um «pouco» exagerado... Talvez valesse a pena legalizar esse tráfico, para lhe aplicar uma «pequena» taxa de 0,1% sobre o Valor Acrescentado, resolveria rapidamente o deficit guineense... A Guiné-Bissau não é, nem nunca será um narco-estado.

Aviso à navegação

All international players need to be cautious to avoid becoming too deeply embroiled in local elite Bissau political games and learn from past mistakes.

Todos os actores internacionais devem mostrar-se cautelosos, evitando deixarem-se arrastar e «embrulharem-se» nos jogos políticos da elite local guineense: aprendam com os erros do passado!

Ver notícia. Obrigado PN.

A carapuça serve em especial, no actual momento, ao Secretário Geral da ONU:

1) A CEDEAO não é uma repartição às ordens de Vossa Excelência: a desejável cooperação entre as duas organizações, de âmbito geográfico diferente, de forma alguma pode tolerar este género de abordagens; uma intenção deste tipo teria de ser apresentada em conjunto com a CEDEAO e as autoridade guineenses.

2) O mandato (já prorrogado) da organização sub-regional termina a 31 de Dezembro; seria aconselhável a sua não renovação, garantindo assim ao povo guineense a total liberdade eleitoral, sem constrangimentos estranhos; dada a simpatia que gerou o apoio do povo timorense à causa da estabilização e reconciliação guineenses, parece-me que a única solução aceitável, seria uma força 100% timorense.

Mu dança de posto

Há que felicitar a aparente mudança de atitude de Carlos Gomes Junior, que substituiu o «legítimo» por «deposto». É um primeiro passo, a bem da sua sanidade mental, contribuindo assim para uma remota possibilidade de reconciliação nacional. Ninguém se pode curar se não reconhecer a doença. Já agora, comece (Presidente do PAIGC) e acabe (Primeiro-Ministro deposto) os documentos na mesma pessoa, para não ser acusado de «problemas de identidade»

A senhora nunca esteve detida, apenas as (in)formalidades de entrada no país demoraram um pouco mais que o habitual... Mas considerar um interrogatório como «humilhação pública», «violação dos direitos humanos de forma flagrante», da «integridade física», etc, etc, parece um pouco demagógico: já que começou a medir melhor as palavras, chame-lhe antes «esclarecimento necessário». Os melhores cumprimentos a Vossa (Ex)celência pela atitude.

sábado, 23 de novembro de 2013

Guarda do Planalto

Na ausência do Presidente, só guardam mesmo o Planalto.

Depois das mortes contra as quais se reclamava, mais do mesmo, mostrando inequivocamente, quem provoca distúrbios...

Fuzilamento cobarde de mais um mártir. Ver imagens.

«Ao Sol»

O Sol minimiza os acontecimentos, falando em «dezenas de manifestantes».

Ignóbil vendido, desmerecendo a família (pai e tio), filho da ... do Director do Sol, face à gravidade dos acontecimentos, com gente a morrer, tem ainda a lata de publicar:

«Entretanto, exceptuando o local da manifestação, a vida em Luanda prosseguia tranquila, como em qualquer outro sábado desta época do ano, as pessoas gozavam o sol e o mar»

Ver notícia. Prostituto! Uma saraivada... era pouco.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os termos da Lei

A declaração da Polícia angolana, de que impedirá a manifestação prevista para amanhã, às 13h, é não só ilegítima, como completamente ilegal.

1) Não há qualquer responsável político de topo, no país, para assumir uma ordem dessa magnitude. (se os responsáveis estão no exterior, e a coisa correr mal, a eles não lhes acontecerá nada, mas quem cumprir essas ordens ilegítimas e ilegais, poderá ser responsabilizado)

2) Não existem manifestações «não autorizadas» ao abrigo do Artigo 47º da Constituição.

3) A proibição da manifestação deve ocorrer nas 24h após a notificação da intenção, neste caso é feita menos de 24h antes da hora prevista para a sua realização (até aqui a Polícia não proibia, desaconselhava)

4) A figura da «concorrência» entre Manifestações (mesmo sabendo de toda a hipocrisia dessa pseudo-contra-manifestação inventada de todas as peças) não tem qualquer fundamento, pois não têm fins antagónicos (a não ser que a JMPLA assuma que é a favor dos assassinatos e da guerra) nem necessitam de interceptar os seus percursos

5) Os «termos da lei» a que se refere o Artigo 47º, são os da Lei sobre o Direito de Reunião e de Manifestação 16/91 de 11 de Maio. Fazemos um pequeno resumo dos artigos relevantes para o caso, quem quiser consulte... Artigo 3º «Todos os cidadãos têm o direito de se reunirem e manifestarem livre e pacificamente, em lugares públicos, abertos aos público e particulares, independentemente de qualquer autorização, para fins não contrários a lei, a moral, a ordem, e tranquilidade públicas e aos direitos das pessoas singulares e colectivas» Defender a paz e condenar assassinatos não é contrário à lei nem à moral; quem atenta contra a tranquilidade é o Ministério do Interior e o Comandante da Polícia (eventualmente perante um dilema moral) podendo ser responsabilizados por isso. No seu Artigo 4º «Limitações ao Exercício do direito» ponto 3 «Por razões de segurança, as autoridades competentes poderão impedir a realização de reuniões ou manifestações em lugares públicos situados a menos de 100 metros das sedes dos órgãos de soberania, dos acampamentos e instalações das forcas militares e militarizadas, dos estabelecimentos prisionais, das representações diplomáticas ou consulares e das sedes dos partidos políticos.» Também não se aplica pois a UNITA teve esse cuidado ao estabelecer o percurso, já cá anda há uns tempos e aprendeu com os erros. No seu Artigo 5° «Limitações em função do tempo», ponto 2 «Os cortejos e os desfiles não poderão ter lugar antes das 19h nos dias úteis e antes das 13h aos sábados» idem aspas... Ou seja, a manifestação passa a ser ilegal quando não ocorre nestes termos, mas o «know how» da UNITA permitiu respeitar todos os pontos.

6) Além disso, como, nos termos da Lei, é o cidadão individual que é responsabilizado, a Polícia não pode proibir preventivamente manifestações, apenas prender prevaricadores que, no âmbito da manifestação, a título individual, perturbem efectivamente a ordem pública.

7) Mas saltando 10 artigos para a frente na Constituição, temos o 57.º «Restrição de direitos, liberdades e garantias» que nos seus pontos, estipula, respectivamente 1. «A lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na Constituição, devendo as restrições limitar-se ao necessário, proporcional e razoável numa sociedade livre e democrática, para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos.»; e 2. «As leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm de revestir carácter geral e abstracto e não podem ter efeito retroactivo nem diminuir a extensão e o alcance do conteúdo essencial dos preceitos constitucionais»

8) Logo o Artigo que se segue seria a única via legal para proibir a Manifestação: o 58º. Declarar o Estado de Emergência! E, mesmo assim, «devem sempre limitar-se às acções necessárias e adequadas à manutenção da ordem pública, a protecção do interesse geral, o respeito ao princípio da proporcionalidade e limitar-se, nomeadamente quanto à sua extensão e duração e aos meios utilizados, ao estritamente necessário ao pronto restabelecimento da normalidade».

Zé Pinóquio a Guiar às cegas

«As Forças Armadas têm dado exemplo de estarem na primeira trincheira daquilo que é necessário fazer-se para os ajustamentos que devem dar sustentabilidade às contas públicas portuguesas. As Forças Armadas têm dado o seu exemplo, trabalham num quadro constitucional e num quadro de democracia. Eu estou tranquilo a esse propósito».

Pois, pois... com o nariz a crescer assim, tapa-lhe a vista, não pode andar por aí a conduzir em branco. E já agora, passe pela farmácia a comprar uns calmantes, mais vale prevenir.

Bode expiatório

Um tiro no pé do «regime» português. A demissão do chefe da polícia, pelo Ministro da Administração Interna, que se prepara para fazer uma «comunicação» ao país nos próximos minutos, é um desafio aos 10000 profissionais que estiveram na manifestação.

Se estes já se achavam ultrajados, como um dos polícias traduziu pela expressão «escarro da sociedade», que espera o senhor Ministro e o Presidente da República com esta atitude? Deitar achas para a fogueira? Se há um valor perene nas forças da ordem, é a hierarquia.

O chefe não abandona os subordinados, mas isso é recíproco. Se os homens deixaram bem patente a sua indignação (e já patentearam que ninguém está disposto a defender o regime), esta atitude é, no mínimo, passível de colocar em causa «os fundamentos do regime democrático».

Para a próxima, vão utilizar a tropa contra a polícia? Vão dar ordens para disparar? Estão a brincar com o fogo (e com o povo). Vão-se queimar. É que nem sequer estou curioso para conhecer o discurso suicida do senhor Ministro. A atitude mais inteligente (única, aliás), teria sido ignorar...

Ah, Valente!

E a escolha do substituto é só uma jogada para dividir os polícias. Depois dos aplausos que recebeu dos colegas e de toda esta hipocrisia, o senhor devia honrosamente recusar a nomeação, por parte deste regime moribundo. Não queiram fazer farinha com os polícias.

Obrigado PN

Caros irmãos do Progresso Nacional

Publico esta mensagem à hora que avançaram para o encontro. No entanto, muitos dos blogueiros estão no exterior, pelo que lhes será impossível comparecer. O que, de forma alguma, invalida a vossa ideia. Os próprios blogs são deslocalizados, a adesão pode ser virtual, não carece de presença física. De qualquer maneira, parabéns pela iniciativa, a amadurecer.

Agradeço a Vossa «nomeação», com a ressalva já avançada pelo blog Saiba News: se na blogosfera dermos um exemplo de boa convivência virtual, no respeito pela diferença, esse será um contributo positivo: à condicionante anunciada, acrescentaria que não vos fica bem excluir o irmão Doka da proposta de Associação; espero que tenha sido puro esquecimento e que revejam o assunto. Se quiserem arranjar um código de conduta para a Associação e um tribunal que fiscalize o seu cumprimento, poder-se-à, depois, excluir quem não cumpra, mas não de entrada.

Mantenhas di ermondadi

Tentativa desesperada

Segundo a UNITA, cuja Direcção foi convocada para uma reunião na Polícia, este partido terá sido aconselhado a desconvocar a Manifestação prevista para daqui a pouco mais de 24 horas, supostamente porque o MPLA pretende realizar uma contra-manifestação.

Quando se organiza uma contra-manifestação, é porque se é contra aquilo que essa manifestação defende. Se a manifestação é pacífica e contra os assassinatos, deverá presumir-se que quem convoca essa contra-manifestação é a favor da guerra e das mortes de cidadãos?

E o responsável por detrás desta insidiosa e desesperada campanha, quem é? Um dos presumidos envolvidos nos assassinatos que a Manifestação pretende condenar: Bento Bento. E esse senhor ainda julga que «o apoio da polícia» levará alguém à sua manifestação? Ignóbil chantagem!

A UNITA, que talvez tenha querido avançar um pouco cedo demais, sem concertar com outras formações políticas, mas que entretanto recebeu um apoio generalizado, arrisca-se a perder a credibilidade, cedendo a este tipo previsível de pressões. Nas próximas horas saberemos.

Com todos os apoios já manifestados, a UNITA já não é só a UNITA, representa uma frente comum do povo e não pode perder o momento: muitos jovens sairão decerto para a rua; a desistência da UNITA fortaleceria a repressão e agravaria os resultados da manifestação.

O «banho maria» não é solução. UNITA, sê bonita.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Portugal maduro

Em Portugal, a subversão é liderada pelas próprias forças da ordem, que hoje se manifestaram em Lisboa: ao aproximarem-se da Assembleia da República, uma dezena de milhar de polícias entoavam, em coro: «Já cheira a merda, já cheira a merda».

Chegou a ouvir-se o slogan «Invasão». Mas acabou por ser só da escadaria...

Mutismo de José Eduardo dos Santos

O Presidente de Angola, face a toda a efervescência política que se viveu na última semana e à exigência da sua demissão por parte da UNITA, mantém um silêncio comprometedor, permitindo todas as especulações.

Com o Presidente no exterior, tal como o Ministro da Defesa e o recém nomeado chefe do SISE (bem como o seu subordinado do Departamento LCSPS)... Com um Ministro do Interior que perdeu a confiança política (por ter autorizado a manifestação e não estar a preparar a repressão para Sábado?), quem irá executar as ameaças do BP?

Segundo a UNITA, o ultimato dura até às 9h do próprio dia 23. Ainda está a tempo de evitar a vergonha de ter o país inteiro às costas! Demita-se já, senhor Presidente.

Percentoequatroagem

Na Lusa, ou estão tontos, ou então estão feitos com a manipulação dos resultados eleitorais em Moçambique...

O primeiros resultados vieram do município de Gondola, província de Manica.

Ora  FRELIMO 57%
          MDM    47%

perfazendo     104%

Ver notícia.

Isto não augura nada de bom. Noutros casos, o número de votos revela-se superior ao número de votantes inscritos: decerto que o podem justificar recorrendo à figura de abstenção negativa... Estranhamente, os resultados parciais, cujo anúncio estava previsto para de manhã, têm sido sucessivamente adiados.

Entretanto, as pessoas perceberam que não podiam abandonar as assembleias de voto, sem que tivessem terminado a contagem e afixado os resultados. Foi nesse contexto que pelo menos um jovem foi assassinado em Quelimane, pela Força de Intervenção Rápida, com um tiro na cabeça. Guebuza abusa!

De todos os lados, ouvem-se relatos de fraudes, espancamentos, detenções arbitrárias e até assassinatos. Interessante é o facto da impressionante vitória do MDM junto das «elites» económicas, na Maputo do cimento. O regime está condenado, mas parece disposto, na sua agonia, a exigir mais mortes.

Não estará na altura de realizar uma grande manifestação nacional contra as mortes gratuitas de cidadãos?

Papagaio tem medo da Primavera

O «especialista» em Direito Administrativo angolano, deputado do MPLA, João Pinto, que ainda há um ano defendia, face às questões de um jornalista da VoA sobre o caso de Isaías Kassule e Alves Kamulingue, que «não deveria perguntar» porque era «segredo de justiça» (e continuaria a ser por mais um ano...) vem agora, num discurso atabalhoado, ameaçar o povo angolano, para que não participe na manifestação de Sábado, fornecendo pseudo-argumentos legais para a sua proibição... Nem vale a pena assinalar o monte de erros de português, ou descascar a sua verborreia e lixo legal, pois o referido insecto não merece.

Basta notar o espírito global que preside ao seu «comunicado» é o medo: medo que têm os apaniguados do regime, da Primavera angolana, que está à porta. Realce-se apenas o exagero a que o conduz o desespero: sugere que, face a uma suposta «ameaça» à segurança nacional, será dever das autoridades «abater na praça pública» os cidadãos?

Co-prosperidade

Em Timor, Xanana, actual Primeiro-Ministro, acompanhado pelo antigo, Alkatiri, preparam-se para lançar, no final deste mês, a Associação de Amizade Timor-Leste Portugal. Iniciativa que me parece traduzir não apenas a vontade, do lado timorense, de reforçar as relações com o povo português, mas também a de dar um pequeno empurrão à «reinvenção» de Portugal (e, pelo caminho, da CPLP), neste momento crítico de crise profunda. Recuperando as palavras que o Comandante utilizou com a Guiné-Bissau: agora que começa a chegar algum dinheiro da exploração das riquezas naturais de Timor, está na altura de partilhar, de fazer «crescer» a comunidade, aproveitando óbvias vantagens económicas do bom entendimento existente... Ver notícia.

Atitude louvável e nos antípodas do caduco «modelo» angolano, o qual, se, de certa forma, mostrou o caminho, foi desviado e corrompido em prol do enriquecimento selvagem de uns poucos, sem benefícios para o povo. Portugal carece de sinais de esperança deste género. Há todo um potencial de co-prosperidade (termo que peço emprestado ao candidato presidencial guineense Paulo Gomes, e felicito por me parecer estar no mesmo «comprimento de onda» estratégico), entre Portugal e os novos países de língua portuguesa. Espera-se que esta reflexão se propague ao novo governo angolano e moçambicano. Que este humilde, mas valiosíssimo, exemplo timorense seja um sinal do despertar de uma nova era, da qual nos possamos vir a orgulhar perante o mundo.

Obrigado, Comandante!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Juventude adere

A Juventude do MPLA (e do país) acaba de «aderir» à manifestação do dia 23.

Só o malvado do Jacaré dos Santos pode julgar que manipula a juventude.

Ver notícia.

Sim, a juventude do MPLA, como todos os jovens patriotas (devidamente acompanhados pelas suas mães) sairão à rua, no Sábado. Mas não ao lado dos assassinos da Guarda Presidencial.

José Eduardo dos Santos não tem qualquer capacidade de mobilização. Nem com dez camiões frigoríficos carregados de Cuca e bar aberto, aparece ninguém, em lado nenhum, para o defender.

É o desespero total nas hostes. Está-se a ver que o regime (absentista, aliás) pretende lançar a confusão no seio de uma iniciativa legítima. Daqui até Sábado, pode esperar-se o pior.

A manifestação já está na rua, podem inventar o que quiserem, não vão conseguir travar a decisão do povo angolano. Proíbam ou não (por assinatura digital, do exterior?).

Basta não chega: é pena não dar para utilizar o superlativo: «Bastão» poderia ter outras conotações!

Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades

O SISE sublevou-se preventivamente, recusando a carapuça que lhe querem enfiar. Ninguém gosta de ser transformado em bode expiatório.

As revelações têm pormenores macabros: «presunto» era o nome de código da comida, que já vinha destinada aos crocodilos. Esclarecedor.

Interessante é a referência à «autoria moral». Ver notícia.

Lágrimas de crocodilo

As rudes e frustres tentativas do regime para tentar contrariar o onda gigante que varrerá o país no Sábado, encerram um aspecto deveras caricato.

Condenam o «rapto» ou o «desaparecimento»: mortes ou a cena do crocodilo foram classificados com bolinha vermelha e banidos do discurso.

P.S. Em vez de adoptarem um discurso de reconciliação, não, referiram-se à cartilha de sempre. Mas o tiro saiu-lhes pela culatra: basta uma pequena análise dos comentários que estão a circular nas redes sociais.

Viva a mulher IV

As mulheres angolanas confirmam presença para Sábado. Ver notícia.

As autoridades ambientais deveriam providenciar a colocação de tabuletas no rio Bengo, com os dizeres «Proibido alimentar os animais».

Os crocodilos do mesmo rio preparam-se para entrar para a história, garantindo a presença no cortejo de Sábado. Uma oportunidade a não desperdiçar para empresários do sector gráfico: todas as bandeiras com novo design que conseguirem produzir até Sexta, encontrarão colocação garantida no mercado.

Então e que é feito da catana, perguntarão... serve para cortar às postas o alimento que vai para as barriguinhas dos queridos bichanos.

Auto-censura

A imprensa portuguesa (escaldada?) ignora hoje completamente a situação em Angola.

Excepto, claro, o Sol, que se apressou a publicar uma contra-notícia, ao gosto do defunto regime.

O chico-esperto dos fundos comunitários, que da Associação de «empresários» ribatejana passou a Presidente da AIP, foi a Coimbra pregar o regime de José Eduardo dos Santos, numa postura moralizadora: para este idiota chapado, o mundo resume-se à esfera económica dos seus interesses metálicos «fico apreensivo quando eclodem determinado tipo de conflitos fora das esfera comercial e da área económica», dizendo que «só por masoquismo ou tendência para o suicídio colectivo se podem compreender alguns episódios da política portuguesa envolvendo Angola».

Já vem um pouco atrasado, para bajular o seu novo patrão.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

José Eduardo dos Santos teve um treco?

Segundo o Ponto Final, em notícia publicada há pouco e a aguardar confirmação, José Eduardo dos Santos acaba de ser evacuado de Barcelona para a Rússia, encontrando-se entre a vida e a morte.

Pois, a situação está imprópria para cardíacos.

Pânico no MPLA

O Bureau Político do MPLA acaba de emitir um comunicado que é um autêntico tiro no pé, servindo apenas para revelar o desespero perante a convicção de que o povo sairá em peso à rua no próximo Sábado. Manifestação pacífica = espectro de Guerra? O lobo quer disfarçar-se de cordeiro? O agressor de vítima? É evidente que já não dispõem de máscaras convincentes.

Apenas para lembrar o Artigo 47.º da Constituição angolana, que dá pelo título de «Liberdade de reunião e de manifestação», o qual, logo na sua primeira alínea, refere que «É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de manifestação pacífica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização». Embora essa não seja a prática corrente; mas desta vez vai ser diferente.

Ameaçar com guerra? Foi precisamente este género de discurso e de paranóia que motivou as mortes que a manifestação pretende lembrar. «Consequências imprevisíveis»? «Jamais será tolerada e merecerá a resposta adequada»? Mais mortes nas mesmas circunstâncias? Isso é contra os direitos dos animais! Os coitadinhos dos crocodilos vão apanhar uma indigestão.

Não me parece que assim o MPLA consiga conter a vaga de indignação, que neste momento é extensível às suas próprias hostes. Numa coisa o comunicado tem razão: a UNITA deve evitar protagonismos exagerados bem como bandeiras e distintivos seus, para que todos os militantes do MPLA e verdadeiros patriotas, se sintam bem vindos, pois a indignação é geral e compulsiva.

A UNITA não está a fazer «aproveitamento político» (para o qual teria toda a legitimidade, pois é esse o papel da oposição), mas a dar voz ao povo angolano. A UNITA levou tempo a aperceber-se dessa «oportunidade», estava «politicamente» mais virada para a fiscalização do executivo... Será prova de inteligência manter um low profile: não se trata de política; é um cortejo fúnebre.

O comunicado mostra como até o Portal de Angola se sentiu incomodado com o seu conteúdo: a única coisa que se aproveita é o próprio título (que é enganador): «MPLA condena rapto de cidadãos». Se foi um «acto vil», só têm de o condenar e aos seus mandantes, fazer acto de contrição e deixarem-se de hipocrisias. Mas a cúpula do MPLA está inteiramente corrompida.

Aos burros do Burrô político: burrô, em francês, é CARRASCO. E metem asco! Os cidadãos não se deixarão intimidar. Essa será a última e verdadeira homenagem que se pode prestar àqueles que morreram e serão recordados por isso: a sua coragem e determinação serviu para acordar o povo, que perdeu o medo. Já não é o MPLA da LUTA. É o do LUTO. Funeral no Sábado.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O último a sair...

que apague a luz do aeroporto.

Ministro da Defesa angolano parte para Itália. Ver notícia.

Ano e meio de agonia

Depois do que acabei de escrever no artigo anterior, acerca das relações Portugal-Angola, pareceu-me bem fazer um pequeno apanhado do que fui escrevendo ao longo do último ano e meio, desde o fatídico dia 27 de Maio do ano passado, para eventual contextualização de algum leitor mais curioso. Depois de me reler, fiz alguns extractos relevantes; clicando sobre a data, pode aceder ao link para a versão integral do respectivo artigo.

Depois de, a 1 de Junho, ter reportado neste blog o desespero entre os simpatizantes dos activistas Álvaro Kamulingue e Isaías Sebastião Kassule, dando conta do seu rapto,

22 DE JUNHO DE 2012 Erro crasso do Regime angolano

Passei o dia a mastigar os acontecimentos de quarta-feira em Luanda. O feitiço (ou «fetiche»?) democrático voltou-se contra José Eduardo dos Santos. Parece-me que é caso para nos questionarmos, à luz dos acontecimentos: quem são os arruaceiros? De um lado, como documentam as imagens colhidas, manifestantes pacíficos, tranquilos, dignos, dando a cara e dispostos a negociar... do outro uma força bruta e autista, apostada numa repressão cega, com cavalos, cães, densidade inacreditável de gás lacrimogéneo, tiros.

Permito-me sugerir-lhe que tenha a humildade de dar a cara pessoalmente, evitando assim, no momento certo, mais violência desnecessária. Não errarei muito se disser que, desde o fim da guerra, este é decerto o momento mais crítico da sua carreira. Encare de outra forma a redistribuição da riqueza gerada do ventre dessa terra, permita e patrocine mesmo o crescimento de novas elites, baseadas não no medo e no seguidismo, mas no mérito, na concorrência leal, no confronto construtivo de opiniões. A paz e a centralização que conseguiu após tempos conturbados, a sua própria estabilidade no poder, foi decerto um grande contributo para o futuro de Angola. No entanto, não ponha em causa todos esses benefícios, agarrando-se a antigos métodos: parece-me louvável a legítima «vontade» que vinha apregoando de democratizar o seu regime; está na altura de mostrar a sua face humana, ou então, e espero que não, terá de deixar cair a máscara.

23 DE JUNHO DE 2012 Maquiavelismo de Estado

Antecipando a atenção que as eleições vão despertar no seio da Comunidade Internacional, o estado angolano tem-se vindo a manifestar cada vez mais maquiavélico face aos contestatários. A palavra de ordem parece ser «disfarçar» a verdadeira face do Regime, numa operação de cosmética para «inglês ver». A repressão ao movimento de contestação dos jovens vem da parte de milícias (supostamente incontroláveis mas com a mão do Regime), instrumento que também começou por ser utilizado contra os promotores originais da contestação dos Antigos Combatentes (AC).

Mas os requintes de malvadez tomam proporções draconianas contra os seus cidadãos: um jovem e conhecido rapper, Luaty Beirão, Ikonoklasta de nome artístico, contestatário do Regime, vendo-se pressionado pelo Estado, quis abandonar o país, o que primeiro lhe foi negado; posteriormente autorizado, apanhou o avião para Lisboa, mas enfiaram-lhe 1,7Kg de cocaína na mala e (pasme-se) a denúncia veio de uma instituição oficial.

Também a detenção do General Silva Mateus, no contexto da repressão dos Antigos Combatentes, seguiu um esquema parecido: acusado de porte ilegal de armas (um general!), conseguiu ainda fazer um telefonema para um outro general, no qual nega veementemente a acusação, garantindo que lhe colocaram a arma no carro, tendo depois sido realizada uma «oportuna» vistoria ao seu carro... Alguém acredita ainda? A hipocrisia parece galopante..

26 DE JUNHO DE 2012 Bons exemplos de Angola

O «modelo» angolano também tem coisas boas. Em tempos de crise na «metrópole», avivaram-se as reminiscências da antiga colónia: a relativa paz e estabilidade do regime conseguiu criar o sentimento, junto dos antigos colonizadores retornados, da oportunidade e «viabilidade» de uma nova implantação. Com a Europa em crise, o óbvio excedente de mão-de-obra qualificada (agora desocupada) permitiu ao Regime angolano dispor de uma base de recursos humanos, de quadros qualificados, dispostos a investir o seu futuro numa economia com grande potencial...

Mas há um grande problema a resolver: essa participação branca no desenvolvimento não pode hoje ser feita como o era há quatro décadas atrás, a coberto de um sistema administrativo colonial. Surgiu então o sistema de «parceria» indígena. Qualquer empresário estrangeiro que pretenda estabelecer-se, nunca o poderá fazer na base de livre concorrência, pois nunca mais se livrará de um pesado e autoritário sistema de corrupção, apenas destinado a instituir, nessa «troca», o poder «local». Este protocolo institui um contra-peso formal (a «angolanidade» de parte do «capital») supostamente garante do bom «despacho legal» dos assuntos e da «protecção» da propriedade envolvida, contributos imateriais mas perfeitamente incontornáveis.

Poderíamos acrescentar que, se o princípio parece bom, já a forma como a coisa é feita, graças a um «tributo» mental anti-colonial, é decerto indutora de um elevado nível de «stress», fomentando a manutenção de pseudo-elites e o reforço da teia de corrupção. A sujeição dos candidatos a «colonos» aos «donos» da terra permite decerto a tranquilizadora visão de uma sustentabilidade endógena, mas a tessitura parece feita de uma ilusória superficialidade... ao basear-se numa compensação histórica (por inversão).

É que a afirmação de uma identidade não pode ser feita exclusivamente com base no poder que o dinheiro consegue comprar, por imenso que possa parecer (sobretudo quando a imensa maioria dos angolanos se vêem excluídos de participar dos seus benefícios). O orgulho de ser angolano terá de buscar outras origens, num desenvolvimento económico-social credível, na formação de quadros competentes, na aposta de o seu país se tornar um bom exemplo para África (que talvez possam então ajudar a «crescer»).

Uma identidade não pode basear-se na simples promoção de um mito de superioridade traduzido num discurso tipo «Se quiserem o nosso dinheirinho, têm de se agachar», sem correr o risco de relançar um outro apartheid (de auto-exclusão em condomínios). Angola teve o mérito de mostrar um caminho possível para África: chamar quadros europeus competentes mas desocupados para ajudar no seu desenvolvimento, partilhando os benefícios da exploração inteligente dos seus recursos (sobretudo minerais).

Mas esse «modelo», perfeitamente plausível, teria tudo a ganhar em ser pensado em bases mais saudáveis, de verdadeira parceria e cooperação, facilitando a inserção dos europeus na sociedade angolana, numa verdadeira partilha de objectivos comuns: Angola! A pessoa melhor colocada para o fazer, para uma alteração estratégica e humana de fundo, essencialmente mental (como se vê reclamar no cartaz da juventude: «Libertem as mentes dos angolanos»), é sem dúvida o artífice da estabilidade política do país.

Justificar-se-ia, no contexto das eleições, uma grande reflexão e debate sobre o assunto, evitando os lugares comuns, os discursos vazios, os projectos sem amanhã, as promessas eleitoralistas gratuitas, tudo efectuado na certeza dos resultados a emanar das urnas. Angola poderia ser um país de oportunidades para todos, sem complexos (de inferioridade ou de superioridade, vai tudo dar ao mesmo), sem reservas mentais, sem se manter como refém de uma mentalidade essencialmente mesquinha. E teria tudo a ganhar.

13 DE NOVEMBRO DE 2012 Portugal, grave atentado à soberania nacional

José Eduardo dos Santos não gostou de uma notícia vulgar (não percebe mesmo nada de política, porque senão, depois de ler o Expresso e as «luvas» que puseram para o redigir, devia ter reparado que o caso iria envelhecer nas «prateleiras»: «fase de investigação apenas» ou «nenhuma medida tomada» ou os suspeitos poderem «continuar a movimentar as suas contas»), apressando-se a elaborar uma teoria da conspiração, num caso em que o silêncio era de longe a atitude mais aconselhável (...) Estão a dar ao mundo uma má imagem da CPLP...

Disfarçado sob a capa das amizades íntimas estabelecidas por este governo, o mal-estar estrutural das relações luso-angolanas fica assim bem patente. É a natureza perversa do «protocolo» que está na base da paranóia publicada por Luanda: julgará o Jornal de Angola que Portugal é um protectorado de Angola? Que o dinheiro é suficiente para tudo comprar? Que podem ofender assim, para além das instituições da República, cidadãos portugueses em particular e a nação em geral? É que o referido pasquim, o Jornal de Angola, é tido por órgão oficial do país, para além de ser o único com tiragem diária.

É um acto grave, a frisar o hostil, exigindo uma reparação rápida e consistente. Quem esperam ameaçar (ou melhor, tomar por reféns)? Os portugueses que trabalham em Angola? Precisam mais deles em Angola que os portugueses deles em Portugal: cozam-nos com batatinhas, como fizeram em 1975. A quem cabe a resposta, do lado português? À PGR? Ao presidente da república? Ao MNE? (...) Embora as «elites» portuguesas não estejam isentas de culpa, o problema, neste caso específico, é mesmo das «elites» angolanas: o caso, para além de uma imensa falta de tacto, é altamente revelador da senilidade que atinge o regime angolano: a descolagem da realidade faz lembrar os discursos do Xá da Pérsia no fim da década de 70: prenúncio de derrocada?

30 DE MARÇO DE 2013 A génese de um mártir

Às autoridades angolanas, ao seu responsável máximo, o Presidente: qualquer coisa que possa acontecer ao Luaty só vai reforçá-lo. Se o matarem e fizerem desaparecer, vão nascer dez como ele; se o magoarem, ele fica mais forte; o melhor mesmo para os responsáveis, na própria perspectiva da repressão, é soltá-lo já.

Para quem não conhece, o Luaty Beirão é um corajoso rapper angolano que encarna um espírito de inconformismo e revolta contra o regime de José Eduardo dos Santos. Já o ano passado fora vítima de uma cabala, da qual aqui demos conta neste blog. Passado quase um ano sobre o desaparecimento de dois activistas, que também aqui denunciámos, esperemos que não façam agora, mais uma vez, «desaparecer» a pessoa mais incómoda para o regime.

É que hoje de manhã, na sequência da dispersão pela polícia de uma manifestação pacífica convocada para Luanda para pedir esclarecimentos sobre o seu paradeiro, o Luaty Beirão e o Nito Alves, entre outros, foram presos e levados para parte incerta... Fica mal à «nomenclatura» ter medo de um simples músico! Libertem as mentes dos angolanos! Libertem Luaty!

9 DE JUNHO DE 2013 Guerra em Angola

Um dos tabus impostos à entrevista da SIC: José Eduardo dos Santos declara o «Estado de Sítio», para se defender de meia-dúzia de «perigosos» desafectos ao seu regime. Bastões, cães, helicóptero e cavalaria para reprimir uma manifestação pacífica e autorizada.

Cada dia que Emiliano Catumbela passa sob ignóbeis e infames acusações, cada bastonada, acumulam ao passivo de José Eduardo dos Santos, na sua Guerra contra os rappers. O rap pode cantar-se baixinho. Yô.

eh, Emiliano, aguenta
ca tu bela luta
Emiliano, aguenta, hé
ca tombas o regime

23 DE JUNHO DE 2013 Neologismo angolano

José Eduardo dos Santos, sentindo-se ameaçado, avançou para um «plenário» com a juventude. Até o caso dos dois activistas desaparecidos o ano passado foi referido, mas a situação de Emiliano Catumbela manteve-se tabu, o que não deixa de ser bastante revelador...

É impensável que, de entre os presentes, ninguém se tenha lembrado de perguntar aquilo que vai no coração de tantos angolanos... em relação à sanha cega de José Eduardo dos Santos. Mas esta «abertura» é sobretudo uma vitória de Luaty, Emiliano e alguns jovens mais.

(...) A ponderar, se estamos perante boa fé do Presidente ou simples maquilhagem do regime da parte de José Eduardo dos Santos... O futuro o dirá. Esperemos que não saia frustrado.

15 DE SETEMBRO DE 2013 Nitro Alves

José Eduardo dos Santos, que insiste na sua raivosa campanha contra meia dúzia de adolescentes (em crescimento), acabou de receber um sério aviso.

De uma mãe. Depois do folhetim Luaty Beirão e Emiliano Katumbela, as autoridades inauguram agora uma nova frente de luta. A idade da acusação política vai baixando. Dos 22 de Katumbela para os 17 anos de Nito Alves. O regime está a atingir um nível preocupante de paranóia. Luaty, Emiliano, Nito Alvos a abater? A Nitro é explosiva...

E com as mães não se brinca: o aviso, «se algo de mal acontecer ao meu filho, torno-me revolucionária» tem toda a legitimidade. A paciência tem limites.

Amor / Ódio

Nova agressão, desta vez do Portal de Angola, e com uma grande profundidade «psicológica». Um colunista da secção de Economia, armado em estudioso, debita, em jeito de «análise» a já conhecida cartilha da campanha contra os portugueses, mas tão erudito que é, como historiador, não reparou que se enganou num século, na chegada dos portugueses à costa angolana: Diogo Cão estava ao serviço de Dom João II e do plano da descoberta do caminho marítimo para a Índia; este aprendiz de «cronista» não passaria no antigo exame da 4ª Classe. Sugere-se, para castigo: escrever cem vezes na sebenta «1482, século XV». Nem houve ninguém lá no pasquim para o corrigir; se quer falar sobre coisas que não sabe, primeiro confirme na internet...

E está enganado não só nos números, mas também no espírito. As primeiras relações com o Reino do Congo foram amistosas, com troca cordial de embaixadores, chegando Portugal a receber em Coimbra, na Universidade, filhos do Rei do Congo, com todo o respeito e dignidade devidos. Isto há mais de quinhentos anos. E essa história dos não sei quantos séculos de colonização é um mito. Já que se aventurou indevidamente no assunto, o Norberto Carlos que aproveite para aprender alguma coisa: não falando já da perda e posterior reconquista de Luanda aos holandeses (que por lá deixaram bem pior memória de «racismo» que os portugueses), e da fraca presença para além de Luanda, os portugueses só se começaram (muito vagamente) a interessar por África, depois de perdido o Brasil, no fim do primeiro quartel do século XIX: o Marquês de Sá da Bandeira (_Quando perdemos a Índia, virámo-nos para o Brasil; perdido o Brasil, resta-nos África) toma algumas providências administrativas... mas aquilo que viria a ser a «colonização» só ocorre após as resoluções da Conferência de Berlim de 1886, face ao requerimento dos alemães (fortes em economia mas pobrezinhos em «mundo») que ditaram a mudança do Direito Internacional vigente desde Tordesilhas, baseado no primado da «descoberta» (do primeiro a chegar), para passar a ser o da «ocupação de facto»... recomendo-lhe um bom livro sobre esse momento, onde poderá constatar que a imensa vastidão do hinterland estava tudo menos «colonizado»... De «Costa a Costa», descrevendo a faixa latitudinal ligando Angola a Moçambique, que os portugueses quiseram ingloriamente pintar de cor-de-rosa. Só no princípio do Século XX Portugal ocupa (ou «pacifica») esses territórios; a colonização propriamente dita viria nos anos subsequentes, portanto começou há bem menos de 100 anos e, estatisticamente, só começou a ganhar «corpo» no fim dos anos 40 (e já acabou há 40 anos).

Quando fala em racismo e revanchismo, que conota com ódio, não estará a ver a coisa ao contrário? Esquece-se de referir a psicologia patológica que o actual regime impôs aos portugueses imigrantes em Angola (muitos são mais do que simples imigrantes, numa relação afectiva sincera, confirmada pela própria naturalidade), uma humilhação vingativa que devia constar em Código apropriado, do «neo-escravo», por inversão. Talvez seja precisamente esse o problema: como aliás ficou patente no discurso do Presidente José Eduardo dos Santos perante a Assembleia, não hesitando em fazer chantagem não só com o dinheiro que, pelos vistos, passa pelas lavandarias em Portugal, mas também com esses 150 000 portugueses que, pelos vistos, considera «reféns». Parece pois importante não confundir esses portugueses com o regime de José Eduardo dos Santos.

O que é preciso reforçar, de forma construtiva (como defendeu Xanana Gusmão) é que há uma potencial relação, mutuamente vantajosa, que não convém «queimar» por dá cá aquela palha, como foi feito, pouco criteriosamente, há quatro décadas. Onde irão depois buscar essa «alavanca» do crescimento, como lhe chama o Norberto?

domingo, 17 de novembro de 2013

In memoriam

Apenas para lembrar o que aqui escrevemos no dia 1 de Junho do ano passado:

O campeão da democracia, José Eduardo dos Santos, distribui kwanzas sujos a esquadrões da morte para eliminarem a oposição mais incómoda: num veemente e sentido apelo lançado hoje por antigos militares que apenas queriam manifestar o seu desagrado com condições de vida desumanas e falta de apoio do governo angolano, numa manifestação que acabou impedida pelas autoridades; mas pior, dois dos dirigentes do movimento desapareceram. Um dos promotores do protesto, Tomás Artur Maria, dirigiu-se à imprensa assinalando os raptos, afirmando temer que os seus colegas estejam a ser torturados ou acabem por desaparecer sem rasto: "O povo já sabe que no domingo foi detido o Álvaro Kamulingue e desde então não há rasto dele. Na terça-feira, foi detido o dirigente máximo, Isaías Sebastião Kassule. Estamos à procura em toda a parte, fomos a todas as esquadras da polícia, mas os comandantes estão a negar toda a responsabilidade."

Erro crasso

Portugal sai sem dignidade de todo este processo de destituição do Presidente em Angola. Até Obama (baseado porventura em informações transmitidas pela «inteligência» portuguesa à NSA) evitou ir a Angola por lhe cheirar a esturro, considerando o regime «desgastado». Portugal, chantageado pelo ditador moribundo, agachou-se, em infame atitude de bajulação, numa espiral de degradação imparável, que começou com o tristemente famoso pedido de desculpas do imprestável Rui Machete (quando todos já duvidavam de que seria impossível fazer pior do que Paulo Portas, nas Necessidades, chega o senhor e arrebata a palma); foi ignóbil, o desfile de «desagravo» que se seguiu. Em vez de darem um exemplo de firmeza e de verdade, na defesa da soberania nacional, foi o que se viu... Prejudicaram gratuitamente a imagem de Portugal, que sujaram em defesa de um regime caduco, obsoleto e criminoso. Tudo isto com a colaboração activa do Presidente da República. Por isso não estranhem ver textos como o artigo de opinião de Raul Diniz publicado há pouco no Club K.

Sob o título de «abutre bajulador»:

«A partir do ano de 1979 a família Dos Santos transformou em pedacinhos apetecíveis toda nossa riqueza colocando-a a posteriori à disposição de irrequietas criaturas vampirescas (...) sobretudo o país produtor dos mais miseráveis “cromos” bajuladores, o perdido e miserável Portugal. Essa corja de odiosos aventureiros são os verdadeiros verdugos e promotores responsáveis da nossa desgraça actual, e continuarão a sê-lo futuramente se não colocarmos um ponto final imediato a essa desenfreada carniça.»

Ao Raul Diniz lembraria que a imensa maioria dos portugueses não se revê nas circunstâncias actuais do seu país, e muito menos nos seus «líderes» políticos; de certa forma, o problema dos portugueses é o mesmo que o dos angolanos: como se livrarem das suas «elites» dirigentes (que já demonstraram, à saciedade, a sua incompetência absoluta, sendo esta última «traição» à justiça e à verdade, porventura uma amostra flagrante disso mesmo). A actuação pouco digna das autoridades portuguesas, terá, infelizmente, um resultado precisamente contrário ao que esperavam obter; o que, de certa forma, é o «prémio» adequado para os bajuladores.

De qualquer forma, o despacho de arquivamento do Procurador Paulo Gonçalves está a provocar grande mal estar: a PGR decidiu levantar um processo disciplinar ao Procurador, pelas «considerações de natureza subjectiva» exaradas no documento, mas mantendo, hipocritamente, a sua decisão, «só susceptível de impugnação nos termos do Código de Processo Penal».... Que engraçada (a PGR). Ver notícia. (mais engraçado ainda: veja-se também a forma como o SOL tratou - ou melhor, adulterou - a mesma notícia, muito mais ao gosto de Eduardo dos Santos). Começo a desconfiar que o senhor Procurador reagiu à forma como terá sido «atropelado» e resolveu escarrapachar com tudo em letra de forma... Ofereceu-se como cordeiro expiatório. Só compreendido desta forma, faz algum sentido o referido despacho, o texto está literalmente «entulhado». Pois até o ex-PGR veio meter a colher na sopa (embora de modo confuso) em entrevista à SIC! Se foi esse o caso, desde já peço desculpa ao senhor Procurador Paulo Gonçalves, por lhe ter apontado a estupidez de actuação, na semana passada. A própria Procuradora Geral foi posta em causa pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que condenou, em editorial, o processo disciplinar levantado a Paulo Gonçalves, considerando ter sido a própria Procuradora a ter introduzido a «pressão política» neste processo, em reunião realizada com o Procurador visado, em Janeiro.

PS Engraçado: um texto de Marcolino Moco, publicado no Bambaram di Padida, diz precisamente a mesma coisa.

Unanimidade pela Dissolução

«O melhor voto que o pessoal do PAIGC devia fazer é votar [seja lá como for, de cruz ou de braço no ar] para acabar de vez com esse partido que nos deixou na escuridão, sem água potável e sem desenvolvimento durante 40 anos. Votem todos os militantes para pôr o PAIGC no olho da RUA!!!!!!»

Bravo, Abubacar

Publicado no Progresso Nacional, ver link à direita

PS Recomenda-se aos militantes da FRELIMO e MPLA, devido aos laços históricos que unem os Partidos, que façam o mesmo.

Alerta Tsunami

Uma onda de «impeachments» ameaça varrer a CPLP: mais propriamente a África austral de língua portuguesa. A semana que se avizinha parece carregada de nuvens negras para o mono-partidarismo de Estado, personificado em líderes em perda radical de legitimidade.

Está na altura de pensar o amanhã. Em Moçambique, realce-se a corajosa atitude de um dirigente provincial do MDM, que, ao tomar conhecimento de sobre si pender uma ordem de detenção, se apresentou à polícia de livre iniciativa, sabendo da sua inocência em qualquer caso e das motivações políticas do gesto... depois de passar o dia na polícia, não ousaram mantê-lo preso. É um bom exemplo, como aquele que deu Nito Alves: matem-me, se quiserem, como fizeram aos outros dois activistas, mas não mandam na minha consciência.

Seria dar confiança a mais, e pouco estratégico, pretender combater a violência com a violência.

Acima da lei

Kopelica impede detenção do chefe da secreta, Sebastião Martins. Ver notícia. E com razão. Se em Angola não se inaugura coisa nenhuma, nem que um simples chafariz, sem referir os bons ofícios do camarada José Eduardo dos Santos, alguém acredita que, neste caso, o próprio estivesse inocentemente desinformado, num assunto que lhe dizia directamente respeito? Como se alguém desse um ... em Angola sem que fosse informado...

Esperar pela chegada do Presidente, recomenda Kopelica: o interessado que descalce a bota. A cada emenda, piora o soneto. Parece que o baralho está a desmoronar... Então há angolanos mais angolanos do que outros e acima da lei? Que faz o «delfim» do Vice-Presidente? Caladinho que nem um rato! Declara-se incompetente, o Vicente: na ausência do titular do cargo, não deveria por ordem na casa?

sábado, 16 de novembro de 2013

Obama incompetente

Obama desfaz-se em desculpas para tentar travar oposição, mas não evita cisão no seu partido.

Ao mesmo tempo, a sua popularidade cai a pique. Ver notícia.

Os ratos abandonam o barco

Chicoti está a caminho do Kuwait para a cimeira União Africana - Liga Árabe. Oportuno: o ambiente está tenso.

Ver notícia.

Ultimato da UNITA

A UNITA apresentou um ultimato, expirando a 23 de Novembro, exigindo a demissão imediata do Presidente José Eduardo dos Santos, pela sua responsabilidade no rapto e assassínio de Isaías Kassule e Alves Kamulingue: caso isso não aconteça, realizará grandes manifestações pacíficas por todo o país no próximo Sábado. Ver notícia. O protesto é de todo o povo angolano, talvez a UNITA deva fazer um esforço de unitade, sem pretender o exclusivo da acção...

Provocação de Guebuza

Pouco passava das quatro da tarde locais, quando a polícia dispersou a tiro e com gás lacrimogéneo o comício de encerramento da campanha para as eleições autárquicas (a realizar já no próximo dia 20) do MDM (facção dissidente da FRELIMO e terceiro maior partido de Moçambique), precisamente quando o Presidente do Partido se preparava para entrar em palco, gerando uma grande confusão.

Esta provocação gratuita (esperemos por mais notícias) por parte do executivo, só pode prejudicar ainda mais o clima já de si tenso que se vive no país. Ver notícia. Mas pelos vistos, a provocação não ficou sem resposta, pois a população fez uma invasão punitiva à sede da FRELIMO, incendiando o carro do Secretário Geral. Ver notícia.

Guebuza está pura e simplesmente desesperado, sentindo a enormidade da derrota eleitoral que se avizinha. Se era essa a intenção, não conseguirá intimidar e calar o povo, como ficou patente, com a indignação generalizada que este hediondo acto está a gerar.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Frente COM1

Unidade!

Mimos do Manaças

O Jornal de Angola voltou às agressões, sob a capa de «opinião», a pretexto da não publicação, com igual relevo, na imprensa portuguesa, das recentes decisões de arquivamento (e fizeram bem, os jornalistas, pois é vergonhoso) dos processos envolvendo altos dirigentes do regime, brindando os portugueses com uma série de ofensas gratuitas, das quais colocamos aqui apenas o último parágrafo:

«O jornalismo em Portugal já foi chão que deu uvas. Hoje é uma actividade inquietante, praticada por malfeitores sem ética, sem ofício e sem carácter. Enquanto o Ministério Público e o jornalismo português viverem nesta lógica, Portugal não vai conseguir desenvolver relações de amizade e respeito mútuo com ninguém. Só com as ervas daninhas.»

No original está «daminhas». É uma boa forma de acabar um texto contra Portugal: assassinando a língua de Camões. A amizade de Portugal com Angola é entre os dois povos, nada tem a ver com as actuais manipulações políticas, num lamentável conluio entre «elites» dirigentes medíocres e corruptas, tanto de um lado como do outro. Quanta retórica e demagogia barata.

O pasquim não se devia chamar «de Angola», mas «do regime de José Eduardo dos Santos». Engraçado, parece que estou a ver o povo angolano a arrancar brevemente pela raiz uma erva daninha...

Está alguém de Serviço?

O Presidente está em Barcelona.

Demite o chefe da secreta, nomeando em seu lugar o seu adjunto, que se encontra na Rússia.

(o Club-K, que deu a notícia, realça o facto como inédito: nomeante e nomeado fora do país)

Um Departamento do Serviço (SISE), que tem a seu cargo a «Luta Contra Subversão Política e Social», emite um alerta «manifestação», mas o seu chefe encontra-se no Brasil.

Bode espiatório

Descansem os mais atentos, que não é erro nem gralha. Expiatório com X porque expia crimes alheios; deve aplicar-se com um S, quando se trata do chefe dos espiões (e ainda para mais tem nome de Marquês começando por S).

José Eduardo dos Santos, oportunamente no exterior na ocorrência do rebentamento do escândalo dos assassinatos políticos promovidos pelo seu regime, demitiu o chefe da secreta.

Lamentavelmente, o Decreto Presidencial, não satisfaz a curiosidade quanto ao motivo invocado para a exoneração de Sebastião José, recentemente nomeado para o referido cargo, há um mês... (o caso deu-se há ano e meio). Excesso de zelo como «Ministro do Interior» (como este era apresentado)?

Já agora, como as notícias de hoje espalham alguma confusão de siglas, refira-se que este Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado (SISE) já foi conhecido por outros nomes, como SINFO, SINSE ou MINSE, a não confundir com o Serviço de Inteligência Externa (SIE). No entanto, ambos os serviços funcionam sob a alçada da Presidência da Republica.

Porque razão os membros do regime nunca se insurgem quando são despedidos em circunstâncias como esta, nada dignas? Já foi sugerido que José Eduardo dos Santos recolhe provas dos desvios de dinheiro que ele próprio promove, para os ter na mão, com essa chantagem... O homem trabalhava para si, senhor Presidente, não queira varrer para debaixo do tapete.

E não era santo nenhum, o Sebastião José. Premonitoriamente, a 13 Setembro de 2011, o Club-K publicava que «Sebastião Martins, o ministro do Interior revestido nas funções de Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SISE) é a figura apontada como estando a introduzir no regime o recurso a práticas de raptos a elementos da oposição política e da sociedade civil».

Tudo sem o conhecimento do Presidente, claro. Essa teria sido a figura mais adequada para justificar esta demissão: «ocultação de informação relevante ao Presidente da República». Vai ser difícil fazer engolir isso aos angolanos, que viram manifestações pacíficas pedindo esclarecimentos sobre o caso, serem reprimidas com grande violência...

Senhor Presidente, se calhar é melhor abortar a descolagem para Angola, pois parece que se prepara uma grande manifestação em Luanda para o acolher de volta ao país, poderia diluir-se na massa. Devido à sua ascendência guineense, pode sempre pedir asilo à Guiné-Bissau, se preferir manter-se no continente.

Portugal - Santuário para corruptos VIP

Num deslocado e intolerável gesto de subserviência e bajulação, o Procurador encarregue do processo de Manuel Vicente, Vice-Presidente de Angola, perante a justiça portuguesa, exarou, no respectivo despacho de arquivamento, menções absolutamente estranhas à sua função e âmbito de competências:

Em que é que o «respeito e admiração de que é merecedor o vice-presidente de um país amigo como Angola» é chamado para o caso? Todas as pessoas não merecem respeito? Pelo menos até à sua condenação? Acrescenta ainda, noutro ponto, esperar contribuir para «o desanuviar do clima de tensão diplomática» entre Portugal e Angola... Sem receio de estar a meter a foice em seara alheia? Essas Necessidades tratam-se noutro lado! Não são do seu foro!

Então agora a PGR faz o «favorzinho» de tapar os olhos aos VIPs angolanos para lhes «amaciar» o trato? É vergonhoso e pouco abonatório, numa semana em que arquivaram de bandeja os processos envolvendo altas figuras do regime angolano... pura coincidência? Depois de se ter dignamente defendido a separação de poderes e a independência da Justiça portuguesa, entregam agora o ouro ao bandido, com um pedido desculpas? Vergonhoso!

E recusam-se a responder às perguntas dos jornalistas! Ver notícia do Público. Quem perde neste aflitivo exercício, é a soberania nacional, com a sórdida colaboração do Presidente da República, Cavaco Silva, cuja mediocridade se está a revelar uma ameaça à Constituição, que jurou defender, justificando assim as acusações de traição ainda há pouco tempo lançadas por uma deputada. Que grande confusão vai nestas cabeças de alho chocho.

O senhor Procurador Paulo Gonçalves que fizesse o que tinha a fazer, baseado numa qualquer interpretação da lei, mais ou menos atamancada, mas para que serviram os infelizes considerandos e floreados? Pressão política ou pura estupidez?

Quando o mau exemplo vem de cima

Retrato de Angola...

Dirigentes arrogantes, prepotentes, violentos e autistas.

Ver notícia.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lagartixa

Paulo Portas lagartixa (é bom para as rimas).

Quem nasceu para lagartixa, jamais chegará a crocodilo.

Magnífico (se bem que de forma um pouco abrupta) artigo nos intelectuais balantas na diáspora: a não perder!

Mais uma chicotada

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Georges Chicoti, chamou hoje os jornalistas da ANGOP, para um balanço da política externa angolana. Não se esqueceu de dar mais uma chicotada na Guiné-Bissau.

Papagueando os refrões de sempre, já muito gastos (qual a novidade justificando a deslocação dos jornalistas?)... Se, como diz, acompanha a realidade do país, porque não responde ao caso Milocas Pereira?

O «golpe de estado de 12 de Abril já matou muita gente»? Estaria a referir-se ao fiel amigo do ex-Primeiro Ministro deposto? O contra-golpe não matou ninguém; excepto essa jornalista guineense em Angola.

Depois de se saber das mortes dos dois activistas anti José Eduardo dos Santos, parece uma declaração um pouco gratuita e extemporânea... Gato escondido com rabo de fora. Mas muito atencioso.

Ramos Horta apela à Diáspora

José Ramos-Horta chamou hoje os jornalistas para dizer que espera o regresso à normalidade e que os Guineenses da diáspora voltem ao país para contribuir para o seu crescimento.

No fim da conferência afirmou: «A Guiné-Bissau tem cidadãos altamente qualificados, médicos, juristas, economistas fora do país. Todos eles juntos podem transformar o país».

Fundam, ou afundam!

Um exemplo a seguir?


Fusão de dois partidos extra-parlamentares, em Angola, reportada pelo Club K. Na entrevista, os líderes dos dois partidos analisam criticamente as declarações de José Eduardo dos Santos a uma televisão brasileira, em finais de Outubro, nas quais assume estar a tratar da sucessão.

Realço uma premissa, nas suas declarações «Temos a obrigação de contrariar a tendência da dispersão e da autofagia das oposições. Essa dispersão e autofagia só nos enfraquecem e diminuem as possibilidades de futuros êxitos». O «partidarismo», está hoje fora de moda!

O móno virou môno!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PAIGC pouco Oficial

No âmbito da realização das Conferências Regionais, parece haver alguns desentendimentos ao nível da publicação dos resultados, por meio dos blogues mais próximos das duas candidaturas que as têm disputado, DSP versus BC.

Isto, sem referência aparente ou intervenção palpável do ainda «líder» do Partido...

Qual será o resultado oficial desta confusão?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cartoon CPLP

Atenção: podem copiar à vontade; mas citando a fonte.

Houve um pequeno atraso, porque, após o esboço, decidiu-se colorir o «boneco»

Clique na imagem para ampliar.

Obrigado, Juliana, felizmente traduziste a língua angolana (de outra forma não iria perceber!)

(a Ju é uma óptima designer brasileira! a cursar o Mestrado em Belas Artes, infelizmente, não tem nada que se mostre na internet, embora eu já tenha visto muita coisa boa dela)

Hora di bai

(BYE)

Em defesa do lugar (no céu) de José Eduardo dos Santos, que deu uma prova cabal da sua humanidade, ao admitir estar a estudar a sua sucessão.

A referida sucessão deveria ser efectuada fora do sistema, senão não será solução. O regime, sem Eduardo dos Santos, não parece ter continuidade possível.

A Justiça angolana está de parabéns, dando uma prova de independência e fiabilidade, baseada no mérito e na responsabilidade, um forte sinal de esperança.

O MPLA deveria começar por aceitar fiscalização da sua acção governativa. E, porque não, uma discussão em torno de um Pacto de Regime para o desenvolvimento.

«Operador qualificado»

Será que um Governo de Transição tem legitimidade para opções de fundo?

(estou apenas a reflectir sobre uma questão já lançada pela DC)

Parece falta de «rispito». Ver link à direita

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Desenvolvimento sustentável

Uma palavra de incentivo para a reflexão económica e social que tem ultimamente sido levada a cabo e publicada no blog dos irmãos intelectuais balantas na diáspora, em paralelo com o contributo que o irmão Samuel publicou após prolongada ausência no seu blog Nô Djemberém. Há imensas oportunidades a aproveitar numa parceria entre portugueses (com a «vantagem» de terem perdido as «caganças» - exceptuando o dissonante Paulo Portas, que insiste em manter um obsoleto discurso de arrogância neo-colonial cúmplice - depois de «humilhados» por uma crise económica, demográfica e social sem precedentes), tal como o evidencia a parte «boa» do «modelo angolano», detentores de saber fazer, e os países africanos de língua portuguesa, detentores de matérias primas e recursos naturais com grande potencial e parcamente explorados...

Ainda uma menção à notícia das hortas escolares promovidas pela FAO. Pequenas ideias com sucesso podem mudar mentalidades... Obrigado Umaro.

Vamos trabalhar!

Frenesim de informação

Hoje foi um dia farto de informações na rede guineense.

Em Bissau

parece que o Primeiro-Ministro trouxe de Macau um cheque com dinheiro fresco (e aqui pergunto-me em que é que a arrogância e má educação de Paulo Portas terá contribuído para esse envelope «imediato», sendo os chineses - que não fazem promessas vãs... cumprem-nas logo - conhecedores da situação), o que vai contribuir para aliviar a tensão «financeira» que se vivia. Será inteligente que se dê boa conta desse apoio, devido à boa vontade chinesa, cujos dirigentes continuam a demonstrar confiança numa solução de estabilidade (mesmo se «musculada»). A transparência e exactidão das contas, deverá ser assegurada pela presença de elementos das Forças Armadas destacados para o efeito; a solução de transparência «governativa» escolhida deveria ser institucionalizada, através de adenda ao Pacto de Transição, para evitar ser-lhe apontada a falta de suporte legal - isto enquanto se espera por uma solução consagrando um Pacto de Regime (tão veementemente defendido por Ramos Horta, que hoje se encontrou com Kumba, para o tentar convencer) patrocinado pelas Forças Armadas. Esta benesse não pode servir para que «se descanse sobre os remos»; há que justificar a confiança dos chineses, a sua aposta numa nova fórmula de poder, estável e responsável, na Guiné-Bissau. Obrigado, irmãos de Macau, pela vossa intercessão.

Em Luanda

o regime de José Eduardo dos Santos assumiu hoje (num verdadeiro lavar de roupa suja associado a tentativas de encontrar bodes expiatórios) a responsabilidade pelo assassinato dos dois activistas desaparecidos, Alves Kamulingue e Isaías Cassule (Nito Alves tinha sido libertado na Sexta-Feira, depois de ter encetado uma greve da fome - entretanto interrompida a pedido do pai - a qual transpirou para o exterior), cujo caso acompanhámos, na altura, aqui neste blog. Circula mesmo a versão que a ordem de eliminação dos activistas teria vindo do «topo»; aparece a desculpa de as palavras utilizadas não terem «dito» expressamente isso. A ter sido esse o caso, Napoleão também cometeu uma gaffe do mesmo género: querendo assustar o Duque de Enghien, mandou prendê-lo e «fuzilá-lo», tendo despachado logo de seguida contra-ordens (que depois se atrasaram e só chegaram depois do nascer do sol e do facto consumado). Ninguém acredita que Salazar tivesse ordenado o assassinato do General Humberto Delgado, mas bastou que, na PIDE, alguém tivesse sonhado que era esse o seu desejo... Poderá servir para o senhor Presidente tomar consciência do monstro que criou... a UNITA saiu a terreiro, no Parlamento, com uma missiva pedindo a demissão do Presidente, considerando que, depois deste escândalo, perdeu a legitimidade.

Obrigado, Bambaram di Padida (e Bravo! Margarida Paredes, também!) e Samuel, no Nô Djemberém

Talvez fosse de aproveitar esta onda de esclarecimentos, para assumir igualmente o assassinato de Milocas Pereira e restituir os seus restos mortais à família e país de origem.

Em Moçambique

Guebuza fala em Paz, mas envia uma coluna militar para prender o pai do seu opositor? E, ainda por cima, falha o objectivo, por incompetência... O velho régulo, de 80 anos, também representa um perigo militar? Ou tinham um mandato de captura de algum tribunal? Faria um favor ao futuro do seu país, demitindo-se a bem, de forma a se poderem encetar conversações tripartidas, para dar lugar aos mais novos (e mais velhos), num Governo de Unidade Nacional...

sábado, 9 de novembro de 2013

Diatribe de Paulo Gorjão

Em mensagem, no seu blog pessoal:

«Eis o que penso e que disse a um jornalista:

A return to normalcy is impossible without serious efforts regarding the security sector reform and the fight against drug trafficking. (...) None of this is possible without a strong and lasting commitment from the international community. Bissau-Guineans are unable to do so by themselves. Political stability and economic prosperity will be impossible without successful efforts at both levels -- SSR and drug trafficking. Otherwise Guinea-Bissau is doomed to be a failed state".»

Os guineenses são incapazes de voltar à normalidade sozinhos?

Estão condenados a ser um Estado falhado?

Já conhecemos o seu posicionamento bastante parcial de «politólogo» no Instituto Português de Relações Internacionais e de Segurança, com blogs e várias iniciativas contra o golpe, sempre com os mesmos refrões: narco-estado e eliminação das FA.

Ainda há um ano afirmava, em entrevista à DW, publicada pelo Ditadura do Consenso:

«Carlos Gomes Júnior, para todos os efeitos, é o primeiro-ministro da Guiné Bissau»

Vá aprendendo com os guineenses, na construção de novas fórmulas políticas, desmentindo as suas opiniões baseadas em mediocridade de papagaio. Já conhecia a figura de «exactor»?

E, já agora, aproveito para responder à questão lançada pelo seu «erudito» artigo, que na altura referi aqui neste blog, pouco depois do 12 de Abril, que questionava «Guinea-Bissau: Can a Failed Military Coup be Successful?»

1) O «cu» não falhou
2) O sucesso está a caminho

Não tenha a pretensão de passar atestados de incompetência ou impor tutorias indesejadas aos guineenses. Porque não vai dar conferências para Angola?

Nova entrada

Saiba pelo Lopes as últimas, por dentro do PAIGC!

Espero que Saiba Lopes, jornalista, que desenvolveu um grande trabalho de informação no pré 12 de Abril, mas que desde aí tem estado um pouco parado, volte às lides da informação, neste momento conturbado.

É a nova entrada para a lista de actualizações de blogs, a «rede de informação» guineense, na barra lateral à direita.

P.S. A honra justifica-se. Julgo que foi quem lançou a palavra adequada: «exactores».

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Esclarecimento

Publico, a pedido do autor, um comentário em resposta a uma carapuça que, embora não me fosse destinada, também me serve.

«Dizer aos "amigos" da Guiné-Bissau que se julgam mais guineenses do que os próprios guineenses, de que, por mais anos que tenham estado ou estejam na Guiné-Bissau, jamais serão mais guineenses do que os próprios guineenses»

«Venho constatando através de comentários nalguns espaços virtuais que há uns poucos "amigos" da Guiné-Bissau que se querem posicionar acima dos próprios guineenses (...) por mais que um português, nascido em Portugal, por exemplo, queira ser guineense, ou se "assuma" como guineense, jamais será mais (ou tão) guineense que um guineense nascido na Guiné-Bissau...» Didinho.

Pretendo fazer um comentário ao texto atrás transcrito!

1- O texto atrás referido tem como único destinatário a minha pessoa, Marcelo Marques, e reconheço que na verdade por muito que não concorde, acabou por ter o resultado pretendido pelo Sr Fernando Casimiro, ou seja o de me calar. Não entendo as suas razões para além de como Guineense que é poder odiar outros Guineenses, e falo de Carlos Gomes Junior e Raimundo Pereira, enquanto eu pelo facto de não ser, conseguir respeitar todas as tendências. Respeitar não significa aceitar, mas criticar também não é o mesmo que insultar e demonstrar ódios mal contidos.

2- Vivi de facto alguns anos na Guiné-Bissau, mais propriamente de 2008 a finais de 2012. Fui para lá com o objectivo de ganhar dinheiro de uma forma honesta, presumo que não seja crime, não ganhei, pelo contrário, mas em contrapartida, ganhei afectos, respeito, carinho e amor. Aprendi a gostar de um povo e de um país. Insultarem-me por isso é ridículo, mas quando se colocam de um dos lados, (que não o meu) interesses políticos ou materiais, acabo por entender.

3- Porque a Guiné-Bissau para mim não é um jogo de interesses mas uma paixão imensa, eu preferi recuar para não me colocar ao mesmo nível. Amo a Guiné-Bissau, como amo Portugal, a terra onde nasci, e quase sempre vivi, uso as redes sociais para falar, discutir, ouvir e aprender. Não apago nomes do facebook porque não comungam dos meus ideais, pelo contrário, quando se gosta de algo é na conjugação das ideias que se encontram soluções. A questão é que existem pessoas como o Sr Fernando Casimiro que interiorizaram o princípio de quem são a solução, e não a parte dela! Pelo que tenho lido dele, não me parece, olhando aliás para a realidade Guineense que ele tanto defendeu e defende ainda mais certo me parece.

4- Não pretendo por isso voltar a comentar aqui nada relacionado com um assunto que me é demasiado querido, e por vezes me tolda o discernimento.

Marcelo Marques

Sair da casca

Finalmente o senhor Porta-Voz faz jus à função. Obrigado, Daba: não se faça rogado; o país precisa de si.

O hábito não faz o monge. Mas é um pouco desmerecedor que seja possível a circulação de caixas abertas sem matrícula, pelo centro de Bissau.

Nem tudo o que luz é ouro;

se este ponto não é de rebuçado...

(ver comunicado do P-V nos intelectuais balantas na diáspora, link à direita)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Paz

Brevemente, no Emplastro, uma colaboração com a Juliana Paz, uma desenhadora / ilustradora genial (sem desmerecer a Liliana Lourenço - do blog vai mas volta ver link à direita) que, hoje ao jantar, baseada nas nossas conversas, fez um magnífico esboço para um cartoon relativo ao momento da CPLP...

Só para abrir o apetite. Amanhã «nas bancas».

Bem vindo de volta

Samuel! Após anunciada (e prolongada) ausência, o Nô Djemberém está de volta! E em grande, com um artigo que constitui um pesado diagnóstico.

Um extracto:

A FILOSOFIA QUE SE PREGA POR PARTE DOS DIRIGENTES DO PAÍS, É, NÃO FAZER O BOLO CRESCER PARA DIVIDIR DEPOIS, MAS SIM, ABOCANHAR A MAIOR FATIA, AINDA QUE ESSE GESTO CAUSE SOFRIMENTO À GRANDE MAIORIA DA POPULAÇÃO. O POVÃO ESTÁ EMPOBRECIDO E SEM ESPERANÇA.

Na minha opinião, o que está errado não é o país. É a filosofia. Seja na Guiné, em Angola, em Moçambique, ou em Portugal.

A não perder. Link à direita >

Obrigado!

Irmão Doka, pelos contactos telefónicos com Bissau; é lamentável, mas pareces ser o único canal actual, para o Porta-Voz das Forças Armadas fazer o seu trabalho. Ninguém pergunta nunca nada ao Coronel?

Irmão Didinho, pelas palavras apaziguadoras, em «Quando a barbárie se aprova e se recomenda».

Ver links à direita

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Carta aberta

O Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz Democracia e Desenvolvimento divulgou, através do Rispito (ver link à direita), uma carta aberta dirigida ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, solicitando que se exijam respostas às autoridades angolanas sobre o desaparecimento da jornalista guineense Milocas Pereira nesse país. Nela se afirma ainda que o mesmo Movimento já houvera enviado, em Março deste ano, às autoridades angolanas, através da sua Embaixada em Bissau, um pedido de esclarecimentos, ao qual não obtiveram qualquer resposta.

O Senhor Presidente José Eduardo dos Santos parece querer ficar na história como «ditador nojento», assassino de mulheres e torturador de crianças...

A deselegância de Portas

Indescritível, a falta de respeito protagonizada pelo Vice-PM, no Consulado de Portugal em Macau. Continua a pavonear a sua incompetência... Até quando, Portas, abusarás da nossa paciência?

Ver notícia. Obrigado, Bambaram di Padida

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Dois comentários soltos

Estava a ler o Club-K, onde tive acesso ao vídeo de José Eduardo dos Santos dedilhando uma guitarra, para dedicar uma canção à mulher, por ocasião do seu aniversário.

Este «artigo» atingiu um número recorde de comentários, muitos angolanos ficaram enternecidos, inclusive alguns dos seus críticos tradicionais, com esta atitude amorosa do Presidente.

Mas não foi por nada disso que decidi publicar este artigo. Simplesmente, dois comentários, de alguém que assina AngolaNova, chamaram-me a atenção, por me lembrarem o que se tem aqui passado; por isso decidi reproduzi-los:

1) no primeiro, começa por defender alguém que se exprime mal em português, mesmo se o AngolaNova se exprime bem em português (embora não tenha teclado compatível, tomei por isso a liberdade de lhe colocar os tils nos «ãos» e os çês de cedilha)

2) teve posteriormente que se defender a si próprio, depois de vários ataques maldosos

«Ser inteligente significa também, sabermos interpretar, deduzir, decifrar ou entender aquelas coisas, que a priori, parecem ser complexas para nós. Quem não pode ou sequer consegue entender a mensagem/opinião expressa pelo cidadão Sotto Mayor (apesar duma ou outra falha gramatical), julgo que prova que não é digno de merecer elogios. Entendi e concordo com o comentário do Sotto Mayor, e creio que a maioria dos leitores também. Não é por causa da falha ortográfica que devemos desdenhar os outros, é mais sensato mostrarmos o nosso respeito a todos eles, valorizando a sua dignidade e humildade de expressarem as suas opiniões com o mesmo direito daqueles que melhor sabem escrever. Aqui no Club-K não estamos numa aula de português online, mas sim para intercomunicar sem discriminação social, cultural, racial, política, etc. Temos que acabar com essa mentalidade de "assimilados" e da exclusão social. E que o Jone saiba também, que existem milhares de angolanos que cresceram, estudaram ou nasceram na diáspora de língua(s) não portuguesas, carecendo assim do domínio da língua tuga. Muitos de nós com dificuldades em português, não somos "burros", e muitos de nós dispomos de conhecimentos científicos, mas preferimos manter-nos sentadinhos no banco da humildade! Quem sabe se o Sotto Mayor é exactamente um desses angolanos que viveu longos anos num país onde não se fala a "tuguesa"? CORRIGIR alguém é louvável, mas sempre com humildade, e não ofendendo outrem, conforme o Jone e uns tantos arrogantes aqui o fazem.»

«O Fortuner para além de tudo o que é no sentido negativo, é afinal um grande intriguista também. Doutra tentou agitar o Zeca Bwé Lixado contra mim, porém, o Zeca não caiu na tua confusão. Agora tu estás tentando uma jogada própria de autocratas, que nunca suportam opiniões opostas às suas, colocando aqui o nome do bem educado Van-Dúnem na intenção de criar um clima de desarmonia no diálogo entre ele e a minha pessoa. Não vejo qual é a inveja que vistes nas trocas de opiniões entre ele e eu! Ao contrário de ti, ele mostrou que tem classe (não ofende, não se pinta de primitivismo nem se mostra arrogante). Tu julgas que o simples facto de saberes falar bonito o português e talvez de ter um nível académico basta para merecer a consideração e o respeito da pessoas? Não senhor, pois a humildade, a honestidade e o respeito à dignidade de outrem (coisas que tu provaste não ter), são valores humanos sagrados. O Van-Dúnem mostrou decência e humildade ao expressar a opinião dele, aspectos pelos quais eu próprio também pugno. Tu Fortuner, montas comentários diversos, ofendendo gente que pensa diferente de ti, por isso caíste no laboratório dos produtos tóxicos. Que pena! Um dia aqui estaremos, testemunhando o desmoronamento do regime que defendes. Tu não tens vergonha de aplaudir a tortura contra um menino que até poderia ser teu próprio filho, a ser inocentemente torturado? Talvez até pudesse tratar-se dum teu neto! Aqui se vê quem é quem, não adianta estar perdendo o meu tempo com gente associada à maldade.»

Timor preside à CPLP

Como «aperitivo» para a liderança de Timor na CPLP, já para o ano, Xanana teceu fortes críticas à actuação e espírito actual da organização, deixando antever estar a preparar uma discussão estratégica para a organização, no contexto da ruína económica de Portugal e da emergência de novos desafios globais.

Não há cultura de barriga vazia!

Obrigado, Umaro! Ver link à direita

Serão duas visões divergentes que se preparam para discutir o futuro da organização: uma a do (mono)partidarismo autista e perpetuado num poder personificado e corrupto; outra a de uma «visão» económica, valorizando os laços linguísticos, afectivos e culturais, na criação de riqueza que sustente consistentemente o todo.

O actual poder em Lisboa, não tem ideias nem qualquer visão estratégica, tendo vindo, nos últimos tempos, apenas a apanhar bonés e a vender (ao desbarato, aliás) o orgulho e a soberania nacional. Já há muito que a troika vem insistindo com a necessidade de um pacto de regime (o qual, aliás, pouparia imensos juros ao país)...

A mais forte razão se justificaria abrir à discussão pública e parlamentar as opções em cima da mesa, de forma a conseguir obter um consenso alargado em torno da questão «ultramarina», desesperadamente do interesse nacional, de forma a que não se volte a repetir a sua anexação (usurpação) pelo titular nas Necessidades.

A política comunitária (não europeia mas de língua portuguesa, aliás se Portugal fosse funcional nesse campo, teria um grande trunfo perante a Europa) não pode estar dependente dos caprichos de um pessoa (qualquer), movida por pontuais e mesquinhos interesses partidários (de confrangedora infantilidade, aliás).

A voz do bom senso vem dos antípodas! Esperemos que se transforme em luz... Obrigado, Comandante!

RENAMO denuncia belicismo de Estado

A RENAMO acusou «alguns países» de apoiarem o «belicismo de Estado» de um poder usurpado e periclitante.

A carapuça serve em especial a Portugal e Angola, sendo extensível aos restantes países da CPLP (excepto a Guiné-Bissau, que está suspensa), por omissão de auxílio e de diligências apaziguadoras, ou mesmo de qualquer sinal de boa vontade: aparentemente esperam que o problema se resolva sozinho, numa solução à angolana. Mas, dois simples pormenores: deixaram escapar a caça, espantaram-na, e não têm capacidade militar para «resolver» rapidamente o problema; no seio da população, o governo já não possui qualquer apoio ou credibilidade.

Só uma forte atitude e tomada de posição dos «senadores» mais velhos, destituindo o candidato a único «dono» do país, configurando uma situação de «impeachment», poderá evitar ao país o espectro do descarrilamento do «comboio»; a continuar a escalada de autismo do poder, será depois muito mais difícil parar a roda dos acontecimentos. De certa forma, o caso de Moçambique (tal como, aliás, do Egipto) serve à saciedade para ilustrar, retrospectivamente, as vantagens do contra-golpe de 12 de Abril de 2012: é o «modelo» angolano que está em causa.

Com todos os sinais de incapacidade e nervosismo já dados por Guebuza, o país não deverá tardar a optar pelo «modelo» guineense, como única saída para evitar a derrapagem descontrolada da actual situação.

Ver notícia da Lusa.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Código Morsi

Cadogo deveria ser traduzido perante a justiça, tal como está a acontecer com Morsi no Egipto. (Kerry já passou pelo Cairo a felicitar, em nome de Obama, os generais pela forma «transicional» como estão a correr as coisas).

Tal como Morsi, gritando hoje psicoticamente à porta do tribunal «Eu é que sou o Presidente», Cadogo também ainda não percebeu que JÁ NÃO É. Recomendamos, para título da sua ópera bufa «Ó tempo, volta para trás».

Contra-exemplo parlamentar

No âmbito da presença de parlamentares dos países da CPLP, foi hoje realizada uma sessão da Assembleia Nacional de Angola, incluindo uma homenagem ao Presidente de Cabo Verde. Mas nem isso serviu de exemplo de tolerância, pois a CASA-CE pretendeu fazer uma declaração política, tendo sido contrariada pela Presidência da Mesa, o que motivou o abandono do hemiciclo desta formação política. Ver ANGOP.

Cadogo demite-se de «líder» do PAIGC

Com as seguintes palavras, endereçadas, com despeito, aos dirigentes do Partido:

«Só lhes desejo muita sorte e que continuem a dirigir o partido de Amílcar.»

A ironia não está ao alcance de qualquer um; nunca ninguém se tinha lembrado de a utilizar no âmbito de uma estratégia de vitimização.

Todas as restantes declarações à DW, são simplesmente patéticas. Os jornalistas alemães estarão a perder o pé? Cadogo persegue todas as agências, da espanhola à alemã, à procura de visibilidade. Entrevistas oferecidas (totalmente parciais e deslocadas, sem uma palavra de contextualização) não prestigiam quem as aceita. A DW estará a transformar a sua fileira PALOPs num suporte acrítico para propaganda obsoleta?

Talvez esteja finalmente na altura do ex-governante «tocar o choro» do seu «Governo Legítimo», há muito morto e enterrado, deixando de ensombrar o futuro dos vivos.

Rui Barros à frente de Paulo Portas

No protocolo das entrevistas concedidas pelo Primeiro-Ministro chinês às delegações ao Fórum Macau e nas notícias divulgadas pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Carta aberta

A suas excelências;

O Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon
com conhecimento: Carlos Gomes Junior, ex-Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau

graças aos bons ofícios do Representante do SGONU para a Guiné-Bissau, Ramos Horta

Enviamos esta carta em jeito de petição, porque entendemos que serve de alerta a todos os guineenses. Ela traduz, ao mesmo tempo, um alerta e chamada de atenção para o perigo que poderá representar a vinda do ex-primeiro ministro deposto, neste momento, para a Guiné-Bissau e sua eventual candidatura às próximas eleições presidenciais, bem como o seu impacto sobre a estabilidade política, a paz social, e o próprio processo de retorno à normalidade constitucional e democrática.

Está longe de significar medo e tão pouco falta de conhecimento ou de reconhecimento dos valores da democracia e das regras do jogo democrático. Ela constitui um alerta porque muitos guineenses têm presente nas suas memórias, os assassinatos que, justa ou alegadamente, são atribuídos ao senhor Carlos Gomes Jr. seja na qualidade de mandatário seja na de responsável moral, tendo em conta as suas funções de Chefe do Governo. Aliás, o senhor Carlos Gomes Jr. foi publicamente acusado pelo senhor António N’djai, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, de ser criminoso e de ter mandado, varias vezes, matar muita gente. (Existem registos e pedimos que o Ministério Publico esclareça este assunto).

Os guineenses lembram-se do assassinato de Tagme Na Waie que muitos consideraram ser uma estratégia e um meio para assassinar Nino Vieira; os guineenses lembram-se da forma bárbara como Nino Vieira foi morto em pleno exercício das suas funções de Presidente da República democraticamente eleito. Este assassinato é atribuído ao senhor Carlos Gomes Jr. Recorda-se que o senhor Carlos Gomes Jr. tinha dito que não garantia a segurança do presidente Nino, e teria dito a um homem de negócios estrangeiro, horas após a morte do CEMFA, que Nino Vieira agora é uma carta fora de baralho, e não escondeu a sua satisfação, no Conselho de ministros do dia 2 de Março de 2009, por este sinistro acontecimento. A LGDH, a CPLP e demais instituições chamadas de «Comunidade Internacional» quase que não se fizeram ouvir o que deixou a sensação de que era algo que há muito desejavam.

Queiram acreditar pois, que não faltará quem venha a ajustar as contas com os presumíveis criminosos; os guineenses lembram-se da forma como o deputado Hélder Proença foi assassinado. Muita gente atribui este crime ao filho do senhor Carlos Gomes Jr, conhecido na praça por N’dundo; os guineenses querem que se faça luz sobre este ignóbil assassinato; os guineenses querem que o senhor representante do Secretário-geral das Nações Unidas, a CPLP, Portugal, Angola e demais parceiros sempre citados pelo senhor Carlos Gomes Jr. como sendo seus apoiantes, ajudem a esclarecer este facto sombrio da sua história.

Os guineenses não se esquecerão do assassinato do deputado Baciro Dabó, na sua residência, acto que muitos atribuem ao ex-Chefe do Estado Maior Zamora Induta a mando de Carlos Gomes Jr., com quem já não se entendia desde que Baciro Dabó ousou desafiá-lo, concorrendo às eleições presidenciais; os guineenses não se esquecerão da morte de Iaia Dabó, irmão mais velho de Baciro Dabó, à sangue frio e à porta do Ministério do Interior, na presença de algumas organizações da Sociedade Civil. Mais uma vez a LGDH não se fez ouvir. Este assassinato, segundo propalado na praça pública, foi mandatado pelo senhor Carlos Gomes Jr. e, sua execução ordenada pelo então ministro do interior Fernando Gomes. Tudo isso porque temiam uma eventual vingança deste irmão de Baciro Dabó.

Os guineenses recordam-se da forma misteriosa como desapareceu Roberto Cacheu depois de inúmeras vezes ter publicamente e nas instâncias do Partido, desafiado o senhor Carlos Gomes Jr., desmascarando-o, e chegando mesmo ao ponto de informar aos membros do Comité Central do PAIGC que foi N’dundo quem tinha disparado contra Hélder Proença. Mais uma vez a LGDH fez ouvidos de mercador; Senhor Ramos Horta, Senhor Carlos Gomes Jr. Esta missiva é um alerta muito sério porque nem as Nações Unidas, nem as tropas da CPLP, poderão proteger o senhor Carlos Gomes Jr. caso os guineenses decidam fazer justiça com as próprias mãos. Se nunca houve kamikases na história da Guiné-Bissau, eles poderão e vão seguramente surgir em defesa de causas justas e contra a impunidade.

Senhor Ramos Horta, faça valer a sua influência e, com os demais parceiros, chamem o senhor Carlos Gomes Jr. à razão. Ele que deixe que os guineenses esqueçam suas mágoas e sequem suas lágrimas. O senhor Carlos Gomes Jr., através dos seus servidores chefiados pelo senhor António Inácio Correia, vulgo Tchim, está orquestrando a recolha de assinaturas, solicitando o seu regresso e, uma vez mais, quer trazer para Bissau carregamentos de ditos apoiantes das regiões de Gabu e Bafata. Mais uma vez, as regiões de Bafata e Gabu. O Senhor Carlos Gomes Jr. enquanto chefe do executivo que era, deve ter algo a dizer. Sendo uma pessoa de bem, em nome da verdade e da estabilidade, deve fazê-lo agora. Repetidas vezes disse que não tinha medo de enfrentar a justiça e, por isso mesmo, em vez de se candidatar, deve requerer que justiça seja feita. Já lá vão mais de três anos sem que houvesse o mínimo avanço nos inquéritos e na busca da verdade.

Senhor Ramos Horta, Senhor Carlos Gomes Jr. Guineenses avisados lembram-se de muitos delitos económicos e exigem que o Ministério Publico tome as devidas providências: o que aconteceu com o Fundo que devia ser utilizado na construção da auto-estrada Aeroporto-Bissau? Quantos biliões de Fcfa foram investidos e quantos foram desviados ao ponto de não se conseguir executar a obra tal como havia sido concebida, transformando essa auto-estrada num verdadeiro pântano durante a época das chuvas. Como explicar o facto de o senhor Carlos Gomes Jr e seu genro, o então Secretário de Estado do Transportes, José Carlos Esteves terem alegadamente investido mais de dois biliões de francos Cfa na aquisição de dois barcos velhos fugindo às regras estabelecidas e violando de maneira flagrante a Lei das finanças públicas? Como aceitar que cerca de quatro biliões de Fcfa tenham sido acordados para a pavimentação de um parque para contentores no cais de Bissau e, uma vez mais, sem concurso público? Quantos biliões foram acordados à Empresa que nós todos sabemos, sem concurso publico, para a reconstrução do mercado central ainda por fazer? Qual o destino dos mais de sete biliões de Fcfa disponibilizados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BOAD) para a reestruturação da Guiné Telecom? Qual o paradeiro dos mais de doze milhões de dólares do Apoio orçamental do governo angolano que, depois de terem chegado ao Banco Montepio, foram engolidos não se sabe por quem. Os guineenses querem explicações por parte do senhor Carlos Gomes Jr.

Como é que o senhor Carlos Gomes Jr. consegue cometer a irresponsabilidade de declarar publicamente que ganhou as eleições com 52%, pondo em causa a fiabilidade de todo o sistema eleitoral da Guiné-Bissau, outrora considerado justo e transparente pela comunidade internacional? Ninguém sabe mais do que nós de que a Guiné-Bissau é de todos nós e que o poder se conquista nas urnas, ninguém conhece mais do que nós as regras do jogo democrático. Por sermos contra a apropriação ilícita de bens, por sermos contra a venda de drogas e armas, por sermos contra aqueles que, por não poderem hoje vender drogas fazem recurso à delapidação das florestas, por sermos a favor da conquista do poder nas urnas mas sem comprar a consciência dos guineenses dominados pela pobreza absoluta, pedimos aos verdadeiros amigos da Guiné-Bissau que supliquem o senhor Carlos Gomes Jr. para que se apresente à justiça ao invés de se candidatar nestas eleições.

Queira acreditar, Senhor Ramos Horta, que a Guiné-Bissau não terá nem paz nem sossego se não se tomar a sério esta missiva. A paz constrói-se na verdade e com a verdade. O senhor Carlos Gomes Jr. tem dito repetidas vezes que merece toda a confiança e apoio das Nações Unidas, da CPLP e de Angola por isso vai ganhar as eleições com 80% dos votos. A que se deve este apoio?

Grupo de cidadãos avisados

Feliciano Monteiro Nanque
Jorge Carlos da Silva Vieira
Ensa Dabó
Wagna Na Biote
Domingos M. Vieira